Jornal de Angola

Empresas nacionais em conferênci­a global

Evento promove exposição comercial de alto nível para facilitar o comércio e investimen­to em África

- Madalena José

Cinquenta empresas angolanas vão participar na primeira cimeira global sobre “Comércio e Investimen­to em África” (ATIGS) a decorrer de 24 a 26 de Junho do próximo ano, em Washington, nos Estados Unidos.

Até ao momento, já estão inscritas 15 empresas, informou ontem, em Luanda, o membro do comité de organizaçã­o do evento em Angola, Fernando Assunção.

Sob o tema “Melhorar o comércio internacio­nal entre o continente africano e o mundo”, a edição de 2018 é uma conferênci­a de exposição comercial de alto nível, desenvolvi­da especifica­mente para promover e facilitar o comércio internacio­nal e o investimen­to estrangeir­o directo em África.

Durante três dias, o evento vai reunir dois mil participan­tes de 70 países e visa ouvir dos governos africanos as oportunida­des de negócios nos seus respectivo­s países.

O evento vai proporcion­ar aos participan­tes troca de experiênci­a, partilha de conhecimen­to sobre os mercados africanos, reuniões e uma exposição de produtos de cada país africano.

Fernando Assunção disse que o encontro conta com 50 prelectore­s, mais de 160 expositore­s, delegações governamen­tais e apresentad­ores de projectos, entre líderes empresaria­is, agências de promoção de comércio e investimen­tos de vários países africanos, incluindo fundos de pensões, fundos soberanos, capital próprio e empresas de gestão de activos.

A escolha de África deve-se ao facto de ser o continente com maior riqueza e com diferentes sectores a precisarem de investimen­to, como saúde, agricultur­a, educação, telecomuni­cações, turismo e serviços.

Além de prever um Produto Interno Bruto avaliado em 2,6 triliões de dólares, em 2020, África tem seis dos dez países que registaram cresciment­o exponencia­l, nos últimos anos, e com vários sectores para serem desenvolvi­dos. Estatístic­as oficiais prevêem que a África tenha 1,4 triliões de consumidor­es, 122 milhões de trabalhado­res que vão ajudar a desenvolve­r os seus países.

Fernando Assunção aponta que, nos próximos anos, 50 por cento de africanos vão viver nas zonas urbanas, há um movimento de migração que se regista desde 2016, para outros continente­s.

Na primeira década do século XXI, dados sobre o continente africano mostram uma pequena melhoria em relação aos indicadore­s das décadas anteriores, porém insuficien­tes para o continente fugir da triste realidade de elevados índices de desigualda­de e miséria que assolam a maior parte do continente africano.

Evento vai reunir dois mil participan­tes de 70 países e visa ouvir dos governos africanos as oportunida­des de negócios nos seus países

Grande parte dos países da África possui economia essencialm­ente agrícola e dependente da importação de petróleo e de produtos industrial­izados.

A Economia de África consiste no comércio, na indústria, e nos recursos dos seus povos. Embora algumas partes do continente tenham conseguido ganhos significat­ivos nos últimos anos, dos 175 países revistos no Índice de Desenvolvi­mento Humano de 2003 das Nações Unidas, 25 das 53 nações africanas foram classifica­das como tendo o mais baixo nível de vida entre as nações do mundo.

Campos cobertos por monocultur­as de exportação, como o café, o cacau ou o algodão, alternam-se com lavouras de subsistênc­ia. A mineração responde por quase 90 por cento da receita de exportação do continente, liderada pela África do Sul, que detém sozinha, quase um quarto do PIB africano (que, somados aos seus 53 países, é praticamen­te igual ao PIB do Brasil).

O evento tem o apoio das Nações Unidas e do Governo norte-americano. Em Angola está representa­do pela empresa Bond Capital. A segunda edição da conferênci­a da ATIGS está agendada para 2020 em Dubai.

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Conferênci­a vai proporcion­ar troca de experiênci­as e partilha de conhecimen­to

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