Sul de Luanda fica sem energia eléctrica
Algumas localidades a sul de Luanda vão ficar hoje e amanhã, domingo, privadas de energia eléctrica, no período das seis às 15 horas, devido aos trabalhos de ligação de uma nova linha de transporte de alta tensão entre as subestações de Catete, município de Icolo e Bengo, e da Camama.
O director de Despacho da Rede Nacional de Transporte de Electricidade, Rui Oliveira, explicou que os trabalhos já estão na sua fase final e o corte no fornecimento vai permitir o empreiteiro fazer a ligação dos equipamentos da nova linha aos já existentes. Por esta razão, esclarece, é necessário desligar para o trabalho decorrer com a máxima segurança.Ao referir que é necessário a energia deste centro de produção seja escoada para os consumidores, Rui Oliveira disse que a referida linha faz parte dos projectos estruturantes do sector eléctrico em curso no país.
O engenheiro explicou ainda que, com a entrada em funcionamento desta linha, é possível garantir a continuidade do fornecimento de energia eléctrica em função do crescimento do consumo verificado na região sul de Luanda.
“Com o crescimento populacional na zona sul da capital tem se registado alguns níveis baixos de tensão e esta linha vai trazer uma qualidade nos níveis de tensão a todos os clientes atendidas por esta subestação”, acrescentou.
Rui Oliveira salientou que a referida linha garante o aumento no fornecimento de energia às subestações da Camama e do Futungo de Belas, uma vez que as duas atendem os consumidores na região sul.
Segundo a ENDE, os cortes vão afectar, entre outras zonas, a centralidade do Kilamba, os bairros do Ramiros, Futungo e Camama. A Organização Mundial da Saúde (OMS) insistiu, ontem, na necessidade de os governos aumentarem o investimento no sector da Saúde, a fim de aumentarem o acesso aos serviços sanitários para a redução dos casos de infecção pelo VIH/Sida.
Numa mensagem, por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a Sida, assinalado ontem sob o lema “Direito à Saúde”, a directora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, recordou que todas as pessoas têm direito à saúde, independentemente da idade, sexo e da origem.
“Este é um progresso significativo, mas o direito à saúde para todos não está a ser realizado”, acentua a responsável, para quem “jovens, especialmente mulheres, continuam a estar em grande risco de infecção pelo VIH".
Matshidiso Moeti sugeriu aos países para promoverem novas abordagens, como o auto-teste, para alcançar mais pessoas, e acelerarem intervenções eficazes de prevenção, como o uso do preservativo.
Além disso, os governos devem continuar a trabalhar para que os medicamentos mais recentes e mais seguros estejam disponíveis, reorientem a prestação de serviços para atingir populações específicas e fortaleçam os sistemas de informação que impulsionam o progresso em direcção aos grupos-alvo.
“À medida que avançamos para acabar com a sida até 2030, instamos os estados-membros a colocarem a saúde e os direitos humanos das pessoas que vivem com o VIH no centro das prioridades, para garantir que alcancemos todas as comunidades que estão a ser deixadas para trás”, disse Matshidiso Moeti.
A OMS, adiantou, vai continuar a apoiar os estadosmembros para aumentarem os serviços de VIH para dar a todos o direito à saúde e garantir que não deixemos ninguém de fora.
“Estamos a contar com esforços de todos para o alcance de um progresso mais rápido e sustentável rumo à cobertura de saúde universal para todas as pessoas que vivem com VIH”, lê-se na mensagem da directora regional da OMS para África.
Matshidiso Moeti disse estar esperançosa quanto à erradicação da sida até ao ano 2030. No seu entender, devido à rápida expansão do tratamento do VIH e ao reforço dos programas de prevenção, as mortes relacionadas com a Sida em África caíram de 1,5 milhões, em 2005, para cerca de 720 mil, em 2016.
Mais acesso
Segundo dados da OMS, pela primeira vez, mais da metade das pessoas que vivem com VIH em África tem acesso ao tratamento anti-retroviral, que chegou a quase 14 milhões de pessoas até 2016, um facto que coloca África no caminho certo para alcançar o objectivo de 23 milhões de pessoas em tratamento até 2020. A responsável disse estar preocupada com o facto de os grupos de risco, entre os quais “profissionais do sexo”, homossexuais e toxicodependentes, estarem a ficar de fora da estratégia de eliminação da doença em alguns países.
Os países da África Ocidental e Central continuam no centro da preocupação da OMS no continente por estarem atrás do resto dos países do continente na luta contra a doença. Em África, cerca de 1,2 milhões de pessoas contraíram o VIH em 2016 e cerca de seis milhões desconhecem que são seropositivas. Quase 12 milhões de seropositivos não têm acesso à terapia anti-retroviral e mais de metade das pessoas em tratamento ainda possuem níveis detectáveis do vírus no organismo.
Marcha solidária
Luanda realiza hoje uma marcha solidária contra a Sida, no âmbito de um programa que inclui a realização de testes. A marcha parte da Cidadela Desportiva e termina no Largo da Independência, devendo congregar mais de duas mil pessoas, entre activistas de organizações não governamentais de luta contra a sida e funcionários do Ministério da Saúde e da ONU/Sida.
Durante o mês de Dezembro estão agendadas várias actividades, como a realização da Semana Nacional de Combate ao VIH/Sida e às Grandes Endemias, que vai ter lugar de 15 a 17 de Dezembro, de debates e palestras sobre o contexto e desafios da luta contra a Sida em Angola. Estão também programadas visitas e cuidados domiciliares e hospitalares a 1.250 seropositivos.
Em África, cerca de 1,2 milhões de pessoas contraíram o VIH em 2016 e cerca de seis milhões desconhecem que são seropositivo cuptae