Movimento Democrático define metas em congresso
Os membros da força política afirmaram à imprensa local estarem confiantes nos resultados práticos do II Congresso
O líder da bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, convocou a imprensa para anunciar que a partir de agora os deputados do seu partido não vão estar na Assembleia da República, uma vez que viajam para Nampula para o II Congresso que acontece naquela cidade nortenha de 5 a 8 deste mês.
“Vamos ao Congresso com muita força, com a presença máxima dos deputados da Assembleia da República”, anunciou Lutero Simango. Se, por um lado, o MDM está seguro da presença dos seus membros naquele evento, o mesmo não pode dizer em termos de segurança. É que desde a morte de Mahamudo Amurane, Nampula está em reboliço e o terreno parece bastante movediço. Nesse clima de tensão, “um deputado da bancada da Frelimo, o senhor Vasco Moreira apareceu a dizer que o MDM não devia realizar o seu II Congresso na cidade de Nampula porque vai ser um Congresso manchado, não aceite pela população de Nampula e também proferiu algumas ameaças que julgamos serem de grande importância que a Procuradoria-Geral da República esteja atenta, incluindo as autoridades policiais. Queremos reafirmar que o II Congresso do MDM foi convocado no ano passado”, denunciou a fonte e não se ficou por aí.
Falou do assassinato do edil Mahamudo Amurane, tendo acusado a Frelimo de ser parte interessada pelo desaparecimento físico daquele “e nós sabemos, de acordo com a História, que Lázaro Kavandane e Joana Simião foram eliminados fisicamente pelo partido no poder. Portanto, o interesse na eliminação do companheiro Amurane é obviamente do interesse do partido no poder para que não surja na região Norte uma figura incontestável”.
Criado em 2009, o Movimento Democrático de Moçambique surgiu como uma força política alternativa e em pouco tempo ganhou a simpatia da população, sobretudo nos centros urbanos. Entretanto, o péssimo resultado nas eleições gerais de 2014 e o assassinato de Mahamudo Amurane, que chegou a edil de Nampula pelo MDM em 2013, baixou de popularidade e vive actualmente o pior momento da sua história recente.
Governo questionado
Era o segundo dia da sessão de perguntas ao Governo e esperava-se que o Executivo desse o esclarecimento cabal às questões levantadas pelos deputados, sobretudo da oposição, só que ficaram muitas perguntas sem respostas concretas. Venâncio Mondlane, do Movimento Democrático de Moçambique, insistiu que “não é tão verdadeiro e absoluto que não houve isenções. Por exemplo, na questão do IVA, este está isento. Portanto, existe isenção. Não restam dúvidas quanto a isso. Deixando a questão de isenção de lado, o povo gostava de saber, nos últimos dez anos, considerando o projecto mais antigo que é da SASOL, o que é que esses incentivos fiscais representam naquilo que seria a capacidade do Estado de mobilizar recursos para se auto-financiar?”.
Agora com os incentivos fiscais para os mega projectos do Rovuma, “sabe-se, por exemplo, com a projecção que foi feita pela ENI para o LNG (gás natural liquefeito) nos próximos 30 anos, fezse uma previsão de receitas de 18 mil milhões de dólares. Era importante, senhor ministro das Finanças, que o Governo viesse fazer uma projecção anual da previsão do Estado em termos de arrecadação de receitas”.
Mesmo com questões objectivas, o primeiro-ministro, ao tomar a palavra, deu respostas generalistas, sem espaço para mais insistência. “A visão do Governo salvaguarda a inclusão das comunidades locais, garante a disponibilização de até 25 por cento do gás natural no mercado doméstico para impulsionar a industrialização, através da ligação entre grandes projectos de petróleo e gás com pequenas e médias empresas”, disse o ministro.
O Movimento Democrático de Moçambique surgiu como uma força política alternativa e em pouco tempo ganhou força e a simpatia da população nos centros urbanos