Uíge precisa de salas especiais
A cada ano que passa aumenta na província o número de crianças e adolescentes com necessidades especiais de educação, o que implica maior investimento no referido subsistema de ensino, que prevê a abertura de mais escolas nos municípios
O número de crianças com necessidades especiais de educação tem estado a aumentar a cada ano que passa no Uíge, o que implica maior investimento no referido subsistema de ensino, segundo a coordenadora provincial do ensino especial, Casilda Matumona.
A responsável, que falava sábado à margem da cerimónia que marcou o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, disse que neste ano lectivo frequentaram o ensino especial 453 alunos, da iniciação à 12.ª classe, mais 150 em relação ao ano anterior. Casilda Matumona referiu que o aumento deve-se à maior sensibilidade por parte dos pais e encarregados de educação, que, nos últimos tempos, têm estado a procurar a escola para matricular os filhos com necessidades especiais.
“Os pais têm notado a progressão social e cultural das crianças que frequentam o ensino especial, daí haver uma maior procura da escola, apesar de ainda existir grande relutância para mandar as crianças à escola”, lamentou. A coordenadora provincial preconiza a construção de pelo menos 26 salas, com características para o ensino especial, visto que actualmente a escola funciona em salas impróprias para aquele tipo de alunos.
“Trabalhamos confinados na escola n.º 68, por falta de lugar próprio onde os alunos possam desenvolver as suas capacidades físicas e cognitivas, por isso esperamos que ainda antes do arranque do próximo ano lectivo a situação seja resolvida”, sublinhou Casilda Matumona.
Para atender o número de crianças com necessidades especiais, cinco professores do ensino geral estão a receber formação na capital do país, o que vai permitir a abertura de salas para o ensino especial nos municípios de Maquela do Zombo, Sanza Pombo, Quimbele, Songo e Uíge.
Casilda Matumona anunciou que, em 2018, o município do Uíge vai contar com três professores ambulantes que terão a missão de ir ao encontro das crianças com necessidades especiais, cujos pais não as matriculam por razões de vária ordem.
“A promoção e o desenvolvimento humano dependem de uma boa educação e aprendizagem. O deficiente é um indivíduo que deve ser tratado sem discriminação de qualquer índole”, disse o director provincial da Educação, Ciências e Tecnologia, Manuel Zangala, acrescentando que, “para a integração social da pessoa com deficiência, o Governo angolano tem estado a criar políticas e mecanismos de inserção, que passam pela instrução escolar, formação técnicoprofissional, facilitando deste modo a entrada no mercado de trabalho”.
No final da cerimónia, as crianças cantaram, dançaram e demonstraram as habilidades e competências adquiridas ao longo do ano lectivo. Casos de malária O desconhecimento das medidas preventivas está a provocar o aumento de casos de malária no município do Uíge, revelou sábado a directora municipal da Saúde, Lucrécia Domingos.
A responsável, que falava na localidade do Matura, durante o lançamento do programa de controlo, prevenção e tratamento de casos de malária simples, solicitou aos agentes de desenvolvimento comunitário e sanitário, preparados pelo Fundo de Apoio Social (FAS), com o patrocínio da World Vision, maior engajamento na sensibilização da população, para combater a proliferação da doença.
Os agentes de desenvolvimento comunitário e sanitário vão fazer testes rápidos nas comunidades e em caso positivo ministrar a medicação básica de paludismo, distribuir redes mosquiteiras, identificar focos de contaminação da doença, realizar visitas domiciliares a mulheres grávidas e acções que visam melhorar o saneamento básico. Lucrécia Domingos revelou que a malária tem sido a principal causa de morte no município do Uíge, onde, nos últimos três meses, foram registados mais de mil e 200 casos positivos, o que revela a existência de grandes focos de contaminação e pouca observância das medidas preventivas por parte da população.
“Este programa de controlo, prevenção e tratamento de casos de malária simples é para nós de grande importância, porque assim as comunidades distantes dos centros hospitalares vão assumir comportamentos favoráveis à saúde, evitando gastos desnecessários com medicamentos”, disse.
A directora municipal da Saúde disse também que, para combater a malária, são distribuídas redes mosquiteiras nos hospitais e realiza-se fumigação periódica nas ruas da cidade e nos bairros suburbanos, que tem sido prejudicada pela construção desordenada nas zonas periféricas.A secretária da direcção provincial do FAS, Soraia Cruz, referiu que foram capacitados 148 agentes de desenvolvimento comunitário e sanitário, que vão trabalhar com o objectivo de promover a saúde no Negage, Quitexe, Sanza
Para atender o número de crianças com necessidades especiais, cinco professores do ensino geral estão a receber formação na capital do país, o que vai permitir a abertura de salas nos municípios