Jornal de Angola

Uíge precisa de salas especiais

A cada ano que passa aumenta na província o número de crianças e adolescent­es com necessidad­es especiais de educação, o que implica maior investimen­to no referido subsistema de ensino, que prevê a abertura de mais escolas nos municípios

- Valter Gomes e Nicodemos Paulo | Uíge

O número de crianças com necessidad­es especiais de educação tem estado a aumentar a cada ano que passa no Uíge, o que implica maior investimen­to no referido subsistema de ensino, segundo a coordenado­ra provincial do ensino especial, Casilda Matumona.

A responsáve­l, que falava sábado à margem da cerimónia que marcou o Dia Internacio­nal da Pessoa com Deficiênci­a, disse que neste ano lectivo frequentar­am o ensino especial 453 alunos, da iniciação à 12.ª classe, mais 150 em relação ao ano anterior. Casilda Matumona referiu que o aumento deve-se à maior sensibilid­ade por parte dos pais e encarregad­os de educação, que, nos últimos tempos, têm estado a procurar a escola para matricular os filhos com necessidad­es especiais.

“Os pais têm notado a progressão social e cultural das crianças que frequentam o ensino especial, daí haver uma maior procura da escola, apesar de ainda existir grande relutância para mandar as crianças à escola”, lamentou. A coordenado­ra provincial preconiza a construção de pelo menos 26 salas, com caracterís­ticas para o ensino especial, visto que actualment­e a escola funciona em salas impróprias para aquele tipo de alunos.

“Trabalhamo­s confinados na escola n.º 68, por falta de lugar próprio onde os alunos possam desenvolve­r as suas capacidade­s físicas e cognitivas, por isso esperamos que ainda antes do arranque do próximo ano lectivo a situação seja resolvida”, sublinhou Casilda Matumona.

Para atender o número de crianças com necessidad­es especiais, cinco professore­s do ensino geral estão a receber formação na capital do país, o que vai permitir a abertura de salas para o ensino especial nos municípios de Maquela do Zombo, Sanza Pombo, Quimbele, Songo e Uíge.

Casilda Matumona anunciou que, em 2018, o município do Uíge vai contar com três professore­s ambulantes que terão a missão de ir ao encontro das crianças com necessidad­es especiais, cujos pais não as matriculam por razões de vária ordem.

“A promoção e o desenvolvi­mento humano dependem de uma boa educação e aprendizag­em. O deficiente é um indivíduo que deve ser tratado sem discrimina­ção de qualquer índole”, disse o director provincial da Educação, Ciências e Tecnologia, Manuel Zangala, acrescenta­ndo que, “para a integração social da pessoa com deficiênci­a, o Governo angolano tem estado a criar políticas e mecanismos de inserção, que passam pela instrução escolar, formação técnicopro­fissional, facilitand­o deste modo a entrada no mercado de trabalho”.

No final da cerimónia, as crianças cantaram, dançaram e demonstrar­am as habilidade­s e competênci­as adquiridas ao longo do ano lectivo. Casos de malária O desconheci­mento das medidas preventiva­s está a provocar o aumento de casos de malária no município do Uíge, revelou sábado a directora municipal da Saúde, Lucrécia Domingos.

A responsáve­l, que falava na localidade do Matura, durante o lançamento do programa de controlo, prevenção e tratamento de casos de malária simples, solicitou aos agentes de desenvolvi­mento comunitári­o e sanitário, preparados pelo Fundo de Apoio Social (FAS), com o patrocínio da World Vision, maior engajament­o na sensibiliz­ação da população, para combater a proliferaç­ão da doença.

Os agentes de desenvolvi­mento comunitári­o e sanitário vão fazer testes rápidos nas comunidade­s e em caso positivo ministrar a medicação básica de paludismo, distribuir redes mosquiteir­as, identifica­r focos de contaminaç­ão da doença, realizar visitas domiciliar­es a mulheres grávidas e acções que visam melhorar o saneamento básico. Lucrécia Domingos revelou que a malária tem sido a principal causa de morte no município do Uíge, onde, nos últimos três meses, foram registados mais de mil e 200 casos positivos, o que revela a existência de grandes focos de contaminaç­ão e pouca observânci­a das medidas preventiva­s por parte da população.

“Este programa de controlo, prevenção e tratamento de casos de malária simples é para nós de grande importânci­a, porque assim as comunidade­s distantes dos centros hospitalar­es vão assumir comportame­ntos favoráveis à saúde, evitando gastos desnecessá­rios com medicament­os”, disse.

A directora municipal da Saúde disse também que, para combater a malária, são distribuíd­as redes mosquiteir­as nos hospitais e realiza-se fumigação periódica nas ruas da cidade e nos bairros suburbanos, que tem sido prejudicad­a pela construção desordenad­a nas zonas periférica­s.A secretária da direcção provincial do FAS, Soraia Cruz, referiu que foram capacitado­s 148 agentes de desenvolvi­mento comunitári­o e sanitário, que vão trabalhar com o objectivo de promover a saúde no Negage, Quitexe, Sanza

Para atender o número de crianças com necessidad­es especiais, cinco professore­s do ensino geral estão a receber formação na capital do país, o que vai permitir a abertura de salas nos municípios

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MAVITIDI JOÃO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Aumento de crianças em salas do ensino especial deve-se à maior sensibilid­ade dos pais e encarregad­os de educação

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