A economia e o investimento privado
Numa altura em que as nossas autoridades têm os olhos postos no processo de diversificação da economia, faz sentido que se tomem medidas para que se viabilizem acções destinadas a criar um ambiente de negócios que atraia investidores privados, angolanos ou estrangeiros.
A economia angolana precisa de ser aquecida, e este aquecimento faz-se por via do investimento, não apenas público, mas também privado. Há sectores produtivos do país que precisam de ser reactivados, havendo muitos investidores interessados em aplicar capitais na produção de bens e serviços, pelo que um grande esforço deva ser feito para que os agentes económicos privados, angolanos ou estrangeiros, possam, sem quaisquer discriminações, ter a oportunidade de colocar o seu dinheiro, conhecimento e experiência na promoção do crescimento da economia angolana.
Temos de ter consciência de que os investidores privados constituem um segmento incontornável na nossa economia, que só crescerá se aumentar o volume de negócios em Angola, por via da criação de empresas de variada dimensão.
É uma boa notícia o facto de o Ministério do Interior estar a trabalhar na adopção de uma política que visa a criação de mecanismos que permitam a cidadãos estrangeiros adquirir vistos de entrada no país de forma rápida, para se acabar com o excesso de burocracia.
A serem adoptados esses mecanismos, acredita-se que haverá um maior interesse de investidores estrangeiros em vir a Angola sondar as possibilidades de negócios em várias áreas. Se há instituições angolanas a promover no exterior de Angola a imagem de que o nosso país oferece muitas e boas oportunidades de negócios a investidores privados, não faz sentido que estejamos a dificultar a entrada de empresários que estão dispostos a realizar investimentos em território nacional , muitos deles até de grande impacto, em termos da criação de postos de trabalho.
A diversificação da economia não se fará apenas com investimentos do Estado e de empresários angolanos. Temos de ser uma economia aberta, sobretudo nesta fase de grave crise económica e financeira, em que temos internamente poucos recursos financeiros. A concorrência é inerente à economia de mercado e gera qualidade e a possibilidade de o consumidor ter muitas opções.
Temos de deixar de ver inimigos onde eles não existem. Um investidor privado estrangeiro deve ser bemvindo a Angola, desde que respeite nossas leis e esteja realmente disposto a contribuir para o crescimento económico do nosso país.
Era bom que os angolanos que têm muito dinheiro fora do país investissem também em Angola, para se juntarem a todo este esforço que se faz para que o país deixe de depender excessivamente das receitas do petróleo. A diversificação da economia é um fenómeno que ocorre em muitos países do mundo. Depois da queda do preço do petróleo, países como a Venezuela , produtor e exportador de petróleo, enveredaram pela diversificação das suas economias com vista a fazer face a uma crise que criou graves problemas económicos e financeiros, com reflexos negativos na vida das suas populações. Uma das apostas da Venezuela, no quadro da diversificação da sua economia, é o investimento na chamada indústria turística, de modo a que esta tenha um maior peso no seu Produto Interno Bruto.
Há outras experiências no mundo, ao nível da diversificação da produção, que importa conhecer, a fim de - porque não?-, aprendermos com aqueles países que iniciaram este processo há muitos anos e que estão a ter resultados positivos.
Era bom que os angolanos que têm muito dinheiro fora do país investissem também em Angola, para se juntarem a todo este esforço que se faz para que o país deixe de depender excessivamente das receitas do petróleo