Delegações políticas procuram entendimento
O Governo venezuelano e a oposição realizaram ontem o seu segundo dia de negociações na República Dominicana, com a expectativa de chegar a acordos para atenuar os efeitos da crise política e económica do país.
“Estamos muito satisfeitos com o processo que aconteceu ontem (sexta-feira) e esperamos que esses avanços determinem alguns dos pontos que estavam estabelecidos na agenda de negociações”, declarou o principal negociador do Governo, Jorge Rodríguez, na sede do Ministério das Relações Exteriores da República Dominicana.
Jorge Rodríguez disse ter o desejo que o ambiente de trabalho, marcado por discussões franca, fortes e cordiais, influencie o processo político da Venezuela.
Os delegados da coligação da oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD) consideram prioritária a abertura de um “canal humanitário” para a entrada de alimentos básicos e remédios, em grave escassez no país.
O Governo considera que essa iniciativa abre a porta para uma “intervenção militar”. A MUD também exige condições eleitorais justas para as votações presidenciais de 2018.
“Viemos determinados a lutar pelos direitos básicos dos venezuelanos”, disse na sexta-feira o negociador da MUD, Júlio Borges, presidente do Parlamento de maioria opositora, cujas decisões não são reconhecidas pela justiça, que o declarou em desobediência. Os delegados de ambas as partes chegaram cedo ao Ministério das Relações Exteriores, onde na sexta-feira mantiveram sete horas de reuniões.
O Governo de Caracas pretende incluir nos acordos uma petição para o fim das sanções financeiras dos Estados Unidos da Améria.
As negociações são acompanhadas por México e Chile - convidados pela MUD - e Bolívia, Nicarágua e São Vicente e Granadinas. As delegações acreditam ser possível chegar a uma saída política para a crise.