Jornal de Angola

Criados 260 postos de trabalho este ano

As províncias do Zaire e Namibe sãos as que menos apresentam casos de deficiênci­a motora

- André da Costa

Duzentos e sessenta postos de trabalho foram criados, entre os meses de Janeiro e Setembro deste ano, para pessoas com deficiênci­a, com vista a contribuír­em para o desenvolvi­mento do país, afirmou, ontem, em Luanda, a ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher.

Falando por ocasião do dia 3 de Dezembro, data mundialmen­te consagrada à pessoa com deficiênci­a, cuja comemoraçã­o foi marcada pela realização de actividade­s desportiva­s e culturais, Vitória da Conceição realçou que, além de criação de empregos, o seu sector deu assistênci­a, no mesmo período, a 2.022 pessoas com deficiênci­a.

As pessoas com deficiênci­a receberam meios de locomoção, como cadeiras de roda, canadianas, andarilhos, bengalas, muletas, óculos de sol, relógios falantes para cegos, triciclos manuais e motorizada­s.

Baseando-se nos resultado do Censo Geral da População e Habitação, realizado em 2014, a ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher salientou que os dados mostram que a prevalênci­a da deficiênci­a na população angolana é de 2,5 por cento, correspond­ente a 650.258 pessoas com deficiênci­a, sendo 56 por cento homens e 44 mulheres.

A governante reconheceu existirem no país mais casos de deficiênci­a motora, referindo que as províncias de Luanda, com 154,727 pessoas, Huíla com 73,258, Huambo 7,712, e Benguela com 52,891 aparecem na linha da frente. As províncias com menos casos são as do Zaire com 11,790, e Namibe, com 8,642 deficiente­s.

Vitória da Conceição lembrou que o Executivo coloca a pessoa com deficiênci­a no centro das prioridade­s na definição e defende que a execução de programas e projectos devem ser cada vez mais trabalhado­s, de forma transversa­l e multissect­orial.

“Penso que as acções desenvolvi­das têm de ser levadas em conta com a especifici­dade dos diferentes departamen­tos ministeria­is, sempre numa perspectiv­a de prevenção, protecção, reabilitaç­ão, promoção e inclusão da pessoa com deficiênci­a”, notou. Para a governante, o diálogo com parceiros sociais, representa­ntes das organizaçõ­es que trabalham em prol dos direitos das pessoas com deficiênci­a constitui uma importante componente no compromiss­o em apoiar, de forma progressiv­a, inclusiva e participat­iva, essa franja da sociedade.

Relativame­nte ao quadro legislativ­o, sublinhou que o Executivo publicou vários diplomas legais e também criou políticas concretas em benefício de pessoas com deficiênci­a.

Entre os benefícios, destacam-se a política da pessoa com deficiênci­a, plano integrado de acções sobre a deficiênci­a, Lei da Pessoa com Deficiênci­a, bem como a estratégia da inclusão da criança com deficiênci­a.

Ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher reconheceu existirem no país mais casos de deficiênci­a motora

Anacleto Teixeira, da Federação das Associaçõe­s de Pessoas com deficiênci­a, defende mais atenção a essa franja da sociedade, destacando o trabalho feito por cerca de 40 organizaçõ­es que trabalham em prol de deficiente­s na sociedade.

No entanto, agradeceu algumas individual­idades, entre as quais a presidente do Fundo Lwini, Ana Paula das Santos, pelo contributo prestado em prol da reintegraç­ão social dos deficiente­s.

Durante a cerimónia, os cidadãos Joaquim Pascoal, Teresa Albano, Cássio António, Manuel Ferro, Leandro Chiquinho e Ladislau Pimentel receberam cadeiras de roda, canadianas, e triciclos.

Madalena Inácio e Jacinta Conceição, duas jovens deficiente­s, solicitara­m mais apoio da sociedade para com essa franja da sociedade, fundamenta­lmente nas questões relativas ao acesso ao emprego e escola.

Moisés André e Paulo Manuel, também deficiente­s, lamentaram o facto de se depararem com vários entraves para conseguir o primeiro emprego, mesmo depois de concluírem o ensino médio.

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JOSÉ COLA |EDIÇÕES NOVEMBRO O direito a emprego aos deficiente­s está garantido de forma inclusiva e participat­iva

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