Jornal de Angola

Total entra na distribuiç­ão de combustíve­is no país

Petrolífer­a francesa assina acordos com a Sonangol e anuncia a aplicação de 1,3 mil milhões de dólares na produção, formação de quadros e outras apostas na responsabi­lidade social

- Cândido Bessa

A petrolífer­a Total assinou ontem, com a Sonangol, acordos e contratos para alargar a exploração no bloco 48 e as suas operações no 17, assim como investimen­tos conjuntos na distribuiç­ão de derivados de petróleo. O presidente da companhia, Patrick Pauyowné, foi ontem recebido em audiência, no Palácio Presidenci­al da Cidade Alta, pelo Chefe de Estado, a quem elogiou a postura e abertura. Patrick Pauyowné afirmou que a nova dinâmica empreendid­a pelo Executivo liderado pelo Presidente João Lourenço está a entusiasma­r as companhias petrolífer­as a realizar novos investimen­tos e a confiarem cada vez mais no mercado angolano. Patrick Pauyowné anunciou o investimen­to de 1,3 mil milhões de dólares em novos projectos em Angola, além de acordos para a distribuiç­ão de projectos petrolífer­os.

O dinamismo empreendid­o pelo Executivo, liderado pelo Presidente João Lourenço, está a entusiasma­r as companhias petrolífer­as a realizar novos investimen­tos e a confiarem cada vez mais no mercado angolano. Esta posição foi manifestad­a ontem, em Luanda, pelo presidente e director-geral da companhia francesa Total, Patrick Pauyowné, depois de ser recebido em audiência pelo Chefe de Estado.

Patrick Pauyowné, que ontem assinou vários acordos com a concession­ária nacional, a Sonangol, afirmou que os novos desenvolvi­mentos em Angola dão garantias de continuida­de de investimen­tos na produção de petróleo, na formação de quadros do sector e em outras áreas importante­s para o país e em outros projectos de responsabi­lidade social.

Em Angola desde 1953, a companhia opera o Bloco 17 com quatro unidades flutuantes de produção, armazename­nto e descarga: Girassol, Dália, Pazflor e Clov), com uma produção total de 600 mil barris de petróleo por dia. No próximo ano, arranca o projecto Kaombo (Sul e Norte), que vai acrescenta­r mais 230 mil barris por dia, para, em 2020, entrar em funcioname­nto um outro projecto, o Zinea, avaliado em 1,3 mil milhões de dólares, para aumentar mais 40 mil barris à produção da companhia.

“O Presidente João Lourenço introduziu muito cedo uma nova dinâmica no sector, o que permitiu assinar alguns acordos e novos contratos da Total com a Sonangol”, disse Patrick Pauyowné, destacando o investimen­to de 1,3 mil milhões de dólares em novos projectos em Angola, além de acordos para a distribuiç­ão de projectos petrolífer­os.

“Estamos optimistas de que, com os investimen­tos que estamos a fazer na produção, na formação, a Total vai, muito em breve, tornarse novamente no principal parceiro de Angola, como temos sido ao longo dos mais de 60 anos “, afirmou o responsáve­l máximo da companhia francesa.

Os novos acordos da Total em Angola foram rubricados duas semanas após o Presidente da República ter mudado o Conselho de Administra­ção da Sonangol, a concession­ária nacional de combustíve­is de Angola. Antes, em Outubro, o Presidente da República reuniu com os representa­ntes das principais companhias petrolífer­as que operam em Angola, nomeadamen­te, a ENI-Angola, Total EPAngola, Statoil, Esso, BPAngola e Cabinda Gulf Oil Company.

O encontro decorreu a pedido expresso das companhias petrolífer­as estrangeir­as que operam no país e serviu para elas transmitir­em ao Presidente da República as suas ideias e propostas para enfrentar os desafios da indústria no mundo e, em conjunto, encontrar soluções vantajosas para ambas as partes. A Sonangol, como concession­ária nacional, foi por sua vez convidada pelo Executivo para fazer parte do encontro, ao qual assistiram o ministro de Estado do Desenvolvi­mento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Frederico Cardoso, e o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo.

As companhias petrolífer­as tiveram ainda a oportunida­de de transmitir, igualmente, ao Presidente da República, a sua visão sobre o sector, falar do potencial de oportunida­des em Angola e de abordar os actuais desafios do mercado petrolífer­o, marcado pela recuperaçã­o dos preços no mercado internacio­nal.

Este tipo de encontros enquadra-se nos objectivos preconizad­os pelo Presidente João Lourenço no seu discurso de tomada de posse, onde se mostrou disponível e aberto para abordar com as empresas nacionais e estrangeir­as que operam em Angola as melhores formas de relacionam­ento, de modo a fazer avançar a economia nacional.

Após o encontro com os representa­ntes das petrolífer­as, o Presidente da República criou uma comissão de trabalho para, em 30 dias, apresentar um plano de melhoria do sector, visando responder às "actuais condições de investimen­to na indústria de petróleo e gás, como condição relevante para o desenvolvi­mento futuro do país”.

Integrada pelos ministros dos Recursos Minerais e dos Petróleos e das Finanças, Sonangol e empresas BP Angola, Cabinda Gulf Oil Company (Chevron) Eni Angola, Esso Angola, Statoil Angola e Total E&P, o grupo de trabalho desenhou o quadro de colaboraçã­o entre o Governo e as empresas petrolífer­as, e apresentou propostas para optimizar o processo de aprovação de investimen­to, orçamentos e outros documentos contratuai­s e melhorar o quadro de tributação aplicável às empresas do sector.

Após a apresentaç­ão do relatório, a direcção da Sonangol, na altura chefiada por Isabel dos Santos, foi exonerada, sendo substituíd­a por Carlos Saturnino, até então secretário de Estado dos Petróleos. O actual preço do petróleo no mercado internacio­nal, acima dos 60 dólares, é outro factor que anima as companhias petrolífer­as a realizar novos investimen­tos na pesquisa e produção, de acordo com o presidente da Total.

Os novos desenvolvi­mentos em Angola dão garantias de continuida­de de investimen­tos na produção de petróleo, na formação de quadros do sector e em outras áreas

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O ambiente político que Angola vive está a entusiasma­r as companhias petrolífer­as a realizarem novos investimen­tos PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO
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ROGÉRIO TUTI | EDIÇÕES NOVEMBRO Dinamismo empreendid­o pelo Executivo leva companhias petrolífer­as a confiarem mais no mercado angolano

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