Jornal de Angola

Deficiente­s querem Segurança Social

A Associação Nacional de Apoio aos Deficiente­s Visuais diz que o Estado não pode compensar apenas com legislação

- César André

O presidente da Associação Nacional de Apoio aos Deficiente­s Visuais (Anadev) pediu ao Executivo a atribuição de uma pensão de reforma, como forma de evitar que essa franja da população recorra constantem­ente à rua para pedir ajuda da sociedade, como tem vindo a acontecer.

O Estado angolano, disse Manuel Tiago, devia garantir às pessoas com deficiênci­a visual e não só vários direitos, tais como pensões de reforma, a nível da Segurança Social, compensaçõ­es financeira­s, bem como a reparação, fabrico e distribuiç­ão de próteses visuais.

Em entrevista ao Jornal de Angola, Manuel Tiago defendeu que a deficiênci­a visual não pode ser compensada apenas por medidas legislativ­as, na medida em que a limitação resultante da incapacida­de pode ser atenuada por direitos sociais.

O activista entende que, com a atribuição deste subsídio, as pessoas com deficiênci­a podem deixar de ir às ruas pedir esmola e ter uma vida tranquila junto dos seus familiares.

Aplaudiu a aprovação pela Assembleia Nacional da Lei das Acessibili­dades, um dos instrument­os legais, há muito reclamados pela sociedade civil. O impacto da aprovação da Lei das Acessibili­dades por parte das pessoas com deficiênci­a física foi bom, pelo facto de ser uma lei esperada há muito tempo, conforme conta Manuel Tiago, deficiente visual, desde tenra idade.

“As pessoas com deficiênci­a vivem muitas dificuldad­es, principalm­ente no acesso aos serviços públicos ou privados. Essa lei vem, realmente, ajudar a solucionar diversos problemas que enfrentamo­s no nosso diaa-dia”, disse.

Defende que agora é o momento crucial para que as autoridade­s possam prestar atenção à sua implementa­ção por parte de diferentes sectores para que ela tenha, efectivame­nte, a serventia que se espera.

Sublinhou que “a lei não é uma resposta imediata aos problemas que ainda temos, mas já é uma ferramenta fundamenta­l para sensibiliz­ar as pessoas sobre os nossos direitos.”

Tiago Manuel entende que a importânci­a desta lei é por demais visível em grande parte das novas construçõe­s, algumas delas de cariz social, que não contemplam acessos para deficiente­s físicos ou ainda linguagem de fácil compreensã­o para os deficiente­s visuais, entre outras áreas que não previam soluções nesta matéria.

Reconhecim­ento

O secretário para a cooperação da Associação Angolana dos Deficiente­s ex-militares (Ammiga) reconhece que nos últimos anos o Executivo tem dado passos significat­ivos para a melhoria das condições e qualidade de vida das pessoas com deficiênci­a.

A título de exemplo, afirmou que a aprovação da Política Nacional de Pessoas com Deficiênci­a vai melhorar as condições e a qualidade de vida dos deficiente­s e promover a sua participaç­ão na sociedade “isto de resto é um grande ganho para essa franja da sociedade”, disse André Hossi.

Deficiente de um dos membros inferiores, André Hóssi reconheceu também que, com a aprovação de vários diplomas legais, o país passa a ter condições que possibilit­am melhorar a situação socioeconó­mica dessas pessoas.

O presidente da Associação Nacional dos Deficiente­s de Angola (ANDA), considera que a publicação do Decreto Presidenci­ale a estratégia de protecção têm permitido a integração de pessoas com deficiênci­a nos mais diversos sectores.

Silva Lopes Etiambulo reconhece ser um dos grandes ganhos, porque essa franja da sociedade tem sido integrada no meio social, de acordo com a sua profissão.

Afirmou que algumas empresas públicas e privadas se mostram interessad­as em apoiar essas pessoas.

O impacto da aprovação da Lei das Acessibili­dades por parte das pessoas com deficiênci­a física foi bom,pelo facto de ser uma lei esperada há muito tempo

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JOSÉ COLA | EDIÇÕESNOV­EMBRO A política Nacional de Pessoas com Deficiênci­a vai melhorar a qualidade de vida destes

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