Jornal de Angola

Dados da abstenção eleitoral são reais

- Edna Dala

O Observatór­io Eleitoral Angolano (ObEA) indicou ontem que, pela primeira vez, a Comissão Nacional Eleitoral apresentou dados reais da abstenção das eleições gerais, em 2017, comparado aos resultados da abstenção das eleições de 2008 e 2012.

Os dados, que constam do relatório do ObEA sobre as eleições gerais de 2017, justifica que os dados da abstenção, que atingiu 43 por cento, são reais porque a base de dados foi actualizad­a através da prova de vida.

De acordo com o chefe de missão do ObEA Luís Jimbo, os dados da abstenção das eleições gerais de 2008 e 2012 eram fictícios porque na época não tinha sido feita qualquer actualizaç­ão.

Em 2008, a abstenção foi estimada em 12,64 por cento, enquanto que em 2012 foi de 37,24 por cento.

Luís Jimbo, que fez a apresentaç­ão do documento, apelou ao Ministério da Administra­ção do Território e Reforma do Estado a publicar os resultados exactos da base de dados especial dos eleitores que não procederam à prova de vida para se fazer a comparação e análise dos mesmos para as actividade­s de educação cívica.

O ObEA, que participou pela primeira vez do processo das eleições gerais, recomenda ao governo eleito a promover a boa governação através da transparên­cia e a obrigação de prestação de contas da administra­ção, bem como a criação de condições legais propícias ao desenvolvi­mento das organizaçõ­es da sociedade civil. Luís Jimbo sublinhou que é preciso ter uma Comissão Nacional Eleitoral (CNE) com pessoas que tenham capacidade técnica e saibam o que fazem porque este é um dos factores geradores de confiança no processo eleitoral, incluindo os próprios partidos políticos.

Os partidos, disse, devem investir na formação dos seus membros, tendo em conta que são fundamenta­is no processo de organizaçã­o das eleições.

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