Oposição pede renúncia do presidente do Parlamento
O Parlamento Nacional timorense está praticamente bloqueado com a oposição a pedir a destituição do presidente, por não agendar o debate de uma moção de censura ao Governo, que acusa a oposição de bloquear as comissões especializadas.
Um braço de ferro entre as duas bancadas que apoiam o executivo - Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) e Partido Democrático (PD) , por um lado, e a oposição maioritária - Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), Partido Libertação Popular (PLP) e Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor OAN (KHUNTO), por outro, parece não ter solução à vista.
O aumento da tensão evidenciou-se com a apresentação de uma proposta de destituição do presidente do Parlamento Nacional e com a não realização da habitual sessão plenária das segundas-feiras.
As posições dos dois lados estão cada vez mais extremadas, com as bancadas do Governo a acusarem a oposição de golpe e de assalto ao poder e a oposição a acusar o presidente e as bancadas do executivo de bloquearem o Parlamento, disseram à Lusa fontes partidárias.
A tensão política tem vindo a crescer desde que a oposição maioritária aprovou uma moção de rejeição ao programa do Governo, e nas últimas semanas aumentou com a apresentação da moção de censura ao executivo.
A oposição criticou o presidente do Parlamento por ter admitido a tramitação da proposta de orçamento rectificativo - depois de chumbar uma proposta de debate desse texto com cariz de urgência - e acusou Aniceto Guterres de não ter defendido a honra e dignidade dos deputados depois de críticas de membros do Governo.
O presidente do Parlamento e as bancadas que apoiam o Governo disseram ser normal que durante um debate orçamental se suspendam os trabalhos no plenário e, por isso, não estão sequer agendados três documentos apresentados pela oposição.