Transferências causam protestos
As irregularidades registadas no processo de transferências de um sector para outro, despedimentos sem aviso prévio e despromoções sem causas justificadas, estão na origem das desavenças entre os trabalhadores e o Conselho de Administração do Porto Comercial do Lobito.
Os trabalhadores da empresa portuária, um importante vector económico de movimentação de mercadorias para o país e o estrangeiro, alegam que, por reclamarem dos seus salários, estão a ser vítimas de tais situações e que não devem pagar pelos erros cometidos pelos gestores.
Segundo os funcionários, vários são os trabalhadores que, com mais de 2 dezenas de anos de serviço, foram retirados de cargos de chefia, designadamente operadores, técnicos e funcionários administrativos.
Por sua vez, o administrador financeiro do Porto Comercial do Lobito, Eduardo Seno, desmentiu em conferência de imprensa realizada em Benguela que a existência de um plano relativo ao despedimento de 100 funcionários não corresponde à verdade.
Eduardo Seno considera “falsas e totalmente destituidas de razão” as informações que estão a ser difundidas por alguns meios de comunicação e redes sociais, que dão conta que alguns trabalhadores daquela empresa pretendem, nos próximos dias, paralisar as operações, como protesto contra um suposto acto administrativo de despedimento.
O Conselho de Administração da Empresa Portuária do Lobito instaurou processos disciplinares contra seis trabalhadores, por terem desencorajado os seus colegas a retomar a actividade laboral, optando pela paralisação forçada, depois do acordo realizado entre a empresa e o colectivo de trabalhadores para que prosseguissem com as operações.
Dos seis processos, acrescentou, dois estão relacionados com funcionários que empunharam facas e atentaram contra a integridade física dos colegas que não tinham interesse em prejudicar a actividade produtiva da empresa.