Jornal de Angola

Oferta local de sal está sem mercado

-

Mais de 13 mil toneladas de sal, das 75 mil produzidas no país até Outubro, estão sem mercado devido ao excedente gerado pelas importaçõe­s, que é vendido a um preço cem por cento mais baixo, afirmou o presidente da Associação Nacional de Produtores de Sal.

Odílio Silva disse à Angop, em Benguela, à margem da 4ª Assembleia Ordinária da Associação, que apesar de ser um produto de preço vigiado e do Ministério das Finanças ter estabeleci­do um preço 65 kwanzas para o quilo de sal, o importado é vendido a 33, o que considerou representa­r “concorrênc­ia desleal”.

A associação tem conhecimen­to que, só no primeiro semestre, foram importadas 33.333 toneladas de sal, havendo previsões de que o país vai gastar pelo menos 11 milhões de dólares (1,8 mil milhões de kwanzas) com a importação.

Na verdade, prosseguiu, o sal produzido até Outubro é suficiente para as necessidad­es de consumo humano se fosse todo o iodizado, porém a grande maioria tem servido o sector industrial, tendo em conta as dificuldad­es de refinação.

O país só tem duas unidades de refinação, iodização e empacotame­nto - Benguela e Namibe -, o que comprova que o sector continua a debater-se com a falta de recursos para capitaliza­r as unidades de produção.

“Não estamos a conseguir competir, uma vez que as estruturas de custos são muito altas, se comparadas com os países de onde é importado o sal, que quase inunda o mercado interno”, sublinhou.

 ??  ?? FERNANDO OLIVEIRA | EDIÇÕES NOVEMBRO Sal provenient­e do exterior é cem por cento mais barato
FERNANDO OLIVEIRA | EDIÇÕES NOVEMBRO Sal provenient­e do exterior é cem por cento mais barato

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola