Hildebrando de Melo pede apoio para artistas
O artista plástico Hildebrando de Melo afirmou ser necessário que os criadores nacionais conheçam de forma prática as temáticas culturais para direccionar e desenvolver ainda mais essa área científica.
O artista fez essa afirmação ao Jornal de Angola, quinta-feira, na inauguração da sua mais recente exposição individual intitulada “Papéis”, que está patente até ao dia 5 de Janeiro de 2018, no Memorial António Agostinho Neto.
O artista plástico é de opinião que o Ministério da Cultura deve ter um olhar mais atento aos artistas plásticos e aos criadores angolanos, em geral, pois como afirmou “é necessário ter estruturas e instituições dinâmicas para poder meter a produção artística”. Hildebrando de Melo queixou-se da falta de apoio que ele e os seus colegas de arte não têm se beneficiado por parte das instituições de direito. “Não recebo apoio da União Nacional dos Artistas Plásticos (Unap) e nem de nenhuma outra instituição artística. Custeou os meu trabalho e faço parcerias com alguns bancos”, desabafou.
A exposição “Papéis” reúne mais de 100 quadros produzidos a base de papel e técnicas mistas, que segundo Hildebrando de Melo retrata toda transformação que os angolanos têm vivido, desde a produção do papel civilizacional até a era digital.
O artista é obcecado por estruturas africanas, o que motivou-o a realizar a exposição, com a qual celebra as suas duas décadas de carreira artística. O enfoque das obras são os pentes, fuba, milho, bebidas caseira, zungueiras, candongueiros, malucos e outros aspectos do quotidiano angolano.
Em “Papéis”, existe uma narrativa que foi desenvolvida pelo artista ao longo deste ano, desde o curso de pintura, a sua ida para Portugal, a passagem ao Estados Unidos e Índia.