Trabalhadores da Saúde apresentam reivindicação
Depois de os enfermeiros de Luanda terem reiterado, ontem, em assembleia de trabalhadores, o cumprimento da lei que os proíbe de realizar consultas médicas a pacientes, em Cabinda, o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde apresenta hoje, um caderno reivindicativo, invocando a mesma reclamação.
Nem a presença da directora do Gabinete Provincial da Saúde de Luanda conteve o posicionamento dos enfermeiros, conforme o seu secretário adjunto, Afonso Quileba, nem as ameaças vindas da parte dos directores dos hospitais e chefes de Repartição de Saúde vão inibir a atitude dos enfermeiros.
“Vamos manter a suspensão das consultas, porque a lei conduz a actividade dos enfermeiros”, insistiu.
O Sindicato dos Técnicos de Enfermagem de Luanda ameaça desencadear uma greve se persistir a intimidação aos profissionais de saúde. “Se continuarem a coagir os enfermeiros, vamos realizar, nos próximos dias, uma plenária sindical para decidirmos uma greve”, declarou o sindicalista.
Se o governo elaborar uma adenda, assinada pelo Presidente da República, esclarecendo as dúvidas e emissões do referido decreto, os enfermeiros prometem retomar as consultas. Caso contrário, esta classe propõe o pagamento de um subsídio sobre o salário para voltar a prescrever os doentes.
“Temos colegas que continuam a consultar, com o objectivo de extorquir dinheiro aos pacientes. E nós não vamos pactuar com esta situação”, avisou.
Há 40 anos como enfermeiro, Jerónimo Silvestre, 63 anos, disse que o posicionamento dos enfermeiros é positivo.
“O enfermeiro deve ser promovido, o que já não acontece há anos, porque muitos são promovidos de forma escondida”, denunciou, para dizer que a classe não deve continuar a trabalhar à margem da sua vocação, que é atender e cumprir as orientações do médico.