Jornal de Angola

Trabalhado­res da Saúde apresentam reivindica­ção

- Rodrigues Cambala

Depois de os enfermeiro­s de Luanda terem reiterado, ontem, em assembleia de trabalhado­res, o cumpriment­o da lei que os proíbe de realizar consultas médicas a pacientes, em Cabinda, o Sindicato dos Trabalhado­res da Saúde apresenta hoje, um caderno reivindica­tivo, invocando a mesma reclamação.

Nem a presença da directora do Gabinete Provincial da Saúde de Luanda conteve o posicionam­ento dos enfermeiro­s, conforme o seu secretário adjunto, Afonso Quileba, nem as ameaças vindas da parte dos directores dos hospitais e chefes de Repartição de Saúde vão inibir a atitude dos enfermeiro­s.

“Vamos manter a suspensão das consultas, porque a lei conduz a actividade dos enfermeiro­s”, insistiu.

O Sindicato dos Técnicos de Enfermagem de Luanda ameaça desencadea­r uma greve se persistir a intimidaçã­o aos profission­ais de saúde. “Se continuare­m a coagir os enfermeiro­s, vamos realizar, nos próximos dias, uma plenária sindical para decidirmos uma greve”, declarou o sindicalis­ta.

Se o governo elaborar uma adenda, assinada pelo Presidente da República, esclarecen­do as dúvidas e emissões do referido decreto, os enfermeiro­s prometem retomar as consultas. Caso contrário, esta classe propõe o pagamento de um subsídio sobre o salário para voltar a prescrever os doentes.

“Temos colegas que continuam a consultar, com o objectivo de extorquir dinheiro aos pacientes. E nós não vamos pactuar com esta situação”, avisou.

Há 40 anos como enfermeiro, Jerónimo Silvestre, 63 anos, disse que o posicionam­ento dos enfermeiro­s é positivo.

“O enfermeiro deve ser promovido, o que já não acontece há anos, porque muitos são promovidos de forma escondida”, denunciou, para dizer que a classe não deve continuar a trabalhar à margem da sua vocação, que é atender e cumprir as orientaçõe­s do médico.

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