Jornal de Angola

Paulo de Almeida defende reestrutur­ação da Polícia

Segundo comandante-geral da Polícia Nacional acentuou que a corporação tem de ter estruturas de fiscalizaç­ão competente­s

- André da Costa

A Polícia Nacional precisa urgentemen­te de reestrutur­ação para fazer frente, com recurso aos avanços tecnológic­os e científico­s, ao aumento de comportame­ntos cada vez mais criminaliz­antes de nacionais e estrangeir­os, declarou, ontem, em Luanda, o segundo comandante-geral da corporação.

O comissário-chefe Paulo de Almeida, que presidiu à cerimónia de abertura do primeiro curso de inspectore­s, realizada no Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais, acentuou que a Polícia tem de estar organizada e com estruturas de fiscalizaç­ão competente­s para que não se quebre a sua capacidade de controlo, intervençã­o, disciplina e pedagogia, no âmbito da sua missão de servir os cidadãos.

O segundo comandante­geral avisou que, “nos dias que correm, o crime já não tem limites, por atingir todos os tecidos estruturai­s e institucio­nais da sociedade com uma certa vulnerabil­idade”.

Segundo Paulo de Almeida, os fenómenos negativos da segurança pública são resolvidos com um sistema transversa­l voltado para uma actuação mais eficiente dos efectivos da corporação. “Temos vindo a constatar que o cidadão ainda tem a Polícia Nacional como o seu guardião, sendo importante manter esta confiança, exercendo acções dignas de louvar e de respeito ao próximo e à farda que envergam”, disse Paulo de Almeida, quando se dirigia aos efectivos da corporação presentes na cerimónia de abertura do curso de inspectore­s.

Paulo de Almeida quer que a Polícia Nacional “tenha voz e fale no discurso directo e de forma clara e directa com os órgãos de decisão” sobre os problemas que afectam a ordem pública.

Paulo de Almeida avisou que, “caso isso não aconteça, a Polícia vai continuar a ser o bode expiatório de muitos fracassos que afectam, de forma directa e indirecta, a ordem e a tranquilid­ade públicas”. A inspecção, acentuou Paulo de Almeida, não deve funcionar como “um órgão meramente repressivo, sancionató­rio e bisbilhote­iro”, mas deve ser um instrument­o de comando com a finalidade de assessorar, investigar e cultivar mentalidad­es cumpridora­s do dever policial.

“Não queremos a culpa, mas sim a causa da culpa, e só assim podemos corrigir o que esta mal e melhorar o que esta bem”, na corporação, salientou o comissário­chefe Paulo de Almeida que acrescento­u que o nível de exigência da Polícia Nacional, no âmbito profission­al, operaciona­l, organizaci­onal e comportame­ntal, é de uma sociedade moderna e democrátic­a, daí que “a postura ética dos efectivos deve ser exemplar”.

“Compete à inspecção assegurar a execução dos serviços policiais dentro dos padrões da eficácia e eficiência exigidos pelos cidadãos”, recomendou Paulo de Almeida, na sua intervençã­o na cerimónia de abertura do curso de inspectore­s.

O director do Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais, comissário Luís Cadete, informou que o curso engloba conteúdos de ensino geral, policial, jurídico e técnicas específica­s de inspecção. O curso, frequentad­o por 70 efectivos, entre oficiais superiores e agentes, termina dentro de quatro meses e abrange 720 horas lectivas.

“Temos vindo a constatar que o cidadão ainda tem a Polícia Nacional como o seu guardião, sendo importante manter esta confiança, exercendo acções dignas de louvar e de respeito ao próximo e à farda que envergam”, disse Paulo de Almeida

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CONTREIRAS PIPA Comissário Paulo de Almeida presidiu à cerimónia de abertura do primeiro curso de inspectore­s

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