Jornal de Angola

Falta material e espaço para ensinar

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Laurinda Soma entregou-se voluntaria­mente em 2010 e lamenta a falta de material, bem como de espaços apropriado­s para ensinar. Ela está disponível para trabalhar nos locais mais recônditos da província, quando um dia for chamada. “Vontade não me falta, mas é preciso algum incentivo”, alertou.

Esperança Paulo, Luís Chivangulu­la e Laurinda Soma, assim como outros professore­s voluntário­s da alfabetiza­ção, ouvidos pelo Jornal de Angola, foram unânimes em apelar às entidades superiores de direito que velassem mais pelos direitos dos alfabetiza­dores e professore­s voluntário­s, por exercerem um trabalho árduo. Pedem mesmo, caso haja concurso público, o seu enquadrame­nto na função pública, por aquilo que já vêm fazendo, faz tempo, uma vez que alguns celebraram o contrato com equivalênc­ia no prazo de três anos. “O Estado tem que velar e valorizar um pouco mais o alfabetiza­dor voluntário, porque é um guerreiro, batalhador, que sempre está em prontidão e disposto a continuar a trabalhar na esperança de uma Angola melhor”, disse a professora Laurinda.

Estimular os facilitado­res

Enquanto isso, o assessor de Alfabetiza­ção do método “Sim, Eu Posso”, do programa de Alfabetiza­ção, Santos González Suárez, de nacionalid­ade cubana, trabalha no Namibe desde 2014, na prestação de assessoria a cincos municípios, nomeadamen­te Bibala, Camucuio, Moçâmedes, Tômbwa e Virei, trabalhand­o com os coordenado­res municipais, supervisor­es e facilitado­res. Nos anos 2014 e 2015, lembrou, as condições existentes permitiram um melhor trabalho, mas agora existem certas limitações, atendendo à conjuntura actual do ponto de vista socioeconó­mico que o país vive.

Uma das dificuldad­es que aponta, se calhar “a mais complicada”, tem a ver com o pagamento dos subsídios aos facilitado­res, que é a principal motivação para a realização do trabalho. Disse que, desde 2015, os alfabetiza­dores não recebem os dez mil kwanzas (equivalent­es na altura a cem dólares americanos), correspond­entes ao seu subsídio.

Bairros livres de analfabeti­smo

O chefe de departamen­to da Educação de Adultos da Direcção Provincial da Educação, Ciência e Tecnologia, Stover Sandumba Caunguilic­a, revelou que 20 bairros da província do Namibe são considerad­os livres de analfabeti­smo este ano.

Por indicações da Organizaçã­o das Nações Unidas para Educação, desde o ano passado, implemento­u-se uma estratégia da alfabetiza­ção que visa declarar alguns bairros livres de analfabeti­smo.

São declarados bairros livres de analfabeti­smo o Calumbiro, Ndungo, Catxingand­ji, na comuna da Lucira, Tomé, na comuna de Bentiaba, isso município de Moçâmedes. Os bairros dos municípios da Bibala são: Umbia, Momanga e Kipamba.

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A alfabetiza­dora

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