Jornal de Angola

Coreia do Sul anuncia investimen­to elevado

Empresas de Seul prometem empregar fundos na produção de fertilizan­tes e na refinação de petróleo

- Adalberto Ceita |

Empresário­s sul-coreanos prevêem empregar 3,5 mil milhões de dólares (cerca de 584 mil milhões de kwanzas) em investimen­to nos domínios da indústria e dos hidrocarbo­netos, revelou ontem, em Luanda, o secretário-geral da Associação para o Desenvolvi­mento Económico Coreia do Sul e África (AKEDA).

Chung Si-Woo, que falou à imprensa no final de um encontro de trabalho com o secretário de Estado para a Agricultur­a e Pecuária, Carlos Alberto Jaime, indicou um projecto para instalar em Angola uma fábrica de fertilizan­tes, num investimen­to avaliado em 1,5 mil milhões de dólares (250 mil milhões de kwanzas) de fundos institucio­nais.

Dois mil milhões de dólares (cerca de 584 mil milhões de kwanzas) podem ser empregues num conjunto de projectos como a construção de uma central de energia avaliada de uma refinaria a ser construída no sul do país, com o projecto já em fase de elaboração, adiantou.

Chung Si-Woo, que encabeçou uma missão integrada por representa­ntes de empresas ligadas aos ramos do agronegóci­os, energia, exploração e distribuiç­ão de gás, refinarias, construção e engenharia civil, assim como financiame­ntos e investimen­tos manifestou interesse no aumento da presença do sector privado sul-coreano no mercado angolano.

O secretário-geral da AKEDA solicitou às autoridade­s angolanas que, diante da magnitude das previsões de investimen­to, concedam mais abertura e adoptem mecanismos que facilitem a entrada de investidor­es no mercado agrícola do país.

Chung Si-Woo informou que as autoridade­s angolanas já reagiram às intenções sul-coreanas e propuseram que a AKEDA faça uma apresentaç­ão dos projectos a eventuais parceiros nacionais.

“Com base na informação que recebemos das autoridade­s angolanas, vamos fazer uma apresentaç­ão da proposta aos potenciais parceiros, de modo a incrementa­r a presença do empresaria­do sul-coreano no vosso país”, disse.

O secretário de Estado para a Agricultur­a e Pecuária disse que o ministério definiu como prioridade, na cooperação com os empresário­s sul-coreanos, a produção de cereais e leguminosa­s, infra-estruturas de irrigação e áreas do sector rodoviário, para o escoamento da produção, assim como algumas estruturas de armazename­nto e transforma­ção da produção agrícola.

“Sabemos que a Coreia do Sul é muito forte no domínio da produção animal, fundamenta­lmente na avicultura. Há projectos em curso, mas precisamos de disseminar um pouco mais e alargar essa cooperação a nível de outras províncias do país”, disse.

Secretário-geral da AKEDA solicitou às autoridade­s angolanas mais abertura e mecanismos que facilitem a entrada de investidor­es

Carlos Alberto Jaime lembrou que os dois países têm em curso projectos financiado­s em 50 milhões de dólares (8,4 mil milhões de kwanzas) pelo Eximbank da Coreia do Sul, um para a produção de algodão no Cuanza-Sul e outro de avicultura.

Angola tem cerca de 35 milhões de hectares de terra aráveis, mas só explora cinco, pelo que é “fundamenta­l” criarse projectos mais estruturan­tes, principalm­ente no domínio da produção agrícola e pecuária, considerou o secretário de Estado.

“Falta dinâmica do ponto de vista da interligaç­ão entre a Câmara de Comércio Angola-Coreia do Sul e a associação dos empresário­s sul-coreanos, para que esses projectos possam ser desenvolvi­dos numa vertente privada”, disse.

A missão sul-coreana, que está em Angola desde domingo, tem como principal objectivo a prospecção de oportunida­des de negócios no mercado angolano e obter melhor conhecimen­to das prioridade­s de investimen­to local.

Até ao final de 2016, o comércio bilateral atingiu cerca de 20 mil milhões de dólares (mais de três triliões de kwanzas), segundo dados da Angop.

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Momento em que a missão sul-coreana foi recebida no Ministério da Agricultur­a

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