Jornal de Angola

Carlitos Vieira Dias encerra temporada

-

Promover as artes plásticas angolanas, sobretudo a pintura além-fronteiras, é o propósito da exposição da artista nacional, residente em Portugal, Eunice Nepalanga, patente até ao próximo dia 7 de Janeiro, na galeria de Artes, na rua dos Anjos, em Lisboa.

Inaugurada a 1 de Dezembro, a exposição, que reúne mais de uma vintena de obras de pintura, pode ser visitada de segunda-feira a sábado, entre as 15 e as 19h00. Nesta mostra, Eunice Nepalanga apresenta obras que reflectem temas como a “Continuida­de da vida”, o “Amor material”, a “Paz”, a “Esperança”, o “Infinito embrionári­o” e “Instrument­os musicais”.

Os quadros de Eunice Nepalanga têm a magia de causar sensações diversas para quem os aprecia, exprimindo no seu imaginário um abstracto entre a natureza, a realidade e a forma como interpreta a vida, influencia­da pelo seu mundo espiritual e material.

Pintadas nas técnicas de óleo e aguarelas sobre tela, as obras expostas também têm fim comercial. Os preços rondam entre os 1.200 e os 3.300 euros. É a quarta exposição da artista que reside em terras de Camões. Ao som do violão executado com a autoridade de um mestre, levado para a criação artística por influência familiar, Carlitos Vieira Dias serviu sábado à noite, na intimidade da sala do Royal Plaza Hotel, em Talatona, como proposta de início de viagem pelo melhor da música de Angola, “Benguela”, um instrument­al que mostra, na leveza da sonoridade de cordas dedilhadas com alma, a cidade e as suas acácias floridas, sem deixar de passar pelo emblemátic­o Bairro da Peça e pelas praias de mil encantos, Morena e Restinga.

Depois de três anos de recuos e avanços, as cortinas foram descerrada­s, nos dias 1 e 2 de Dezembro, para um concerto digno de ser revisitado. “Carlitos a Tradição” marcou, em duas noites, o encerramen­to da quarta temporada do Show do Mês, projecto da produtora de espectácul­os Nova Energia.

Pontualmen­te às 21h00, imagem de marca deste produto cultural, Salú Gonçalves saudou a plateia e, de seguida, chamou ao palco Yuri Simão, o rosto visível da máquina que elege como prioridade a satisfação de quem os procura, para dar as boas-vindas aos presentes, numa espécie de partilha do êxito: “Showistas, sejam muito bemvindos. Muito obrigado por nos darem a possibilid­ade, pelo quarto ano consecutiv­o, de fazer o Show do Mês! Esse ano foi o mais ecléctico. Começámos com Aline Frazão, que está na sala. Tivemos Vozes de Março, Os Jovens do Prenda (homenagem), Orquestra Kaposoka, Calabeto (55 anos de carreira), Cantar Teta Lando, fizemos Angola 70, Maya Cool e hoje, depois de lutarmos durante três anos, temos a possibilid­ade de, tal como ontem, ouvir neste palco Carlitos Vieira Dias. Essa caminhada tem sido das coisas mais belas e más. Tivemos de lidar com as más línguas. Mas também tivemos a possibilid­ade de olhar para os vossos rostos e dizer no final que foi bom, cuiou. Muito obrigado a vocês!”

Mosaico para recordar

Foram distinguid­os com o mosaico do Show do Mês: Euclides Matias, José Alberto Carvalho “Tozé”, Elvira Joaquim, Noémia Viegas, Joaquim Lunda, Jocelino Oliveira, Solange Brunhoso, Ofélia Belo, Beto Vilhena, Aruna da Stromp, Tio Crespo e Formosa de Almeida. A Nova Energia estendeu os agradecime­ntos aos parceiros Unitel (internet), Eventos Online (transmissã­o) e CMJA (broadcasti­ng/filmagem).

Para saciar a fome de música da plateia, a estrela da noite cantou “Nzala”, depois da visita ao “Clube Marítimo Africano”. O “Tabernácul­o” abriu caminho para “Nvula”, uma chuva de emoções que encheu a sala embalada pelo “Poema da Farra”, antes da viagem ao “Lubango”, composição imortaliza­da por Waldemar Bastos, a retratar o beija-flor que canta cantos de encantar, bem como a gente trabalhado­ra que sabe acarinhar, “faz o coração abrir para o mundo/e a mente é o universo/lutando para dia de sol mais quente/só raiando paz/pão e amor/lalipo/lalipo/lalipo Lubango.”

Neto de José Vieira Dias, exímio intérprete do piano e da concertina, segundo escreveu Jomo Fortunato, Carlitos, filho do incontorná­vel Liceu, o “maestro” do Ngola Ritmos, tem vida própria. Longe do manto protector da projecção artística do seu progenitor.

Ficou patente no palco do Royal Plaza a influência estética do seu dedilhar na sistematiz­ação da rítmica da música urbana angolana, sobretudo o Semba. “Nzambi”, com a participaç­ão de Gari Sinedima, “Nguigui”, “Palame”, “Birim Birim”, “Negra Tomasa”, “Jingela”, “Mana”, “Passo de Sangazuza”, Marçalina”, “Destino da Madeira” e “Viagem Nacional” conduziram o concerto até ao “Encontro de Guitarras” de Carlitos Vieira Dias, Carlinhos Sete Cordas (convidado do Brasil) e Pascoal, moderado por Kizua Gourgel.

Os temas “Eme Ngui Mona Ngola”, “Colonial” e “Mukajame” completara­m o alinhament­o do show, que serviu para assinalar os 70 anos de vida do músico e compositor. Nas despedidas, com a equipa da Nova Energia no palco, Yuri Simão lembrou Kieza Simão e Nelson Cantos, ausentes por doença, marcando o reencontro para Fevereiro, já na quinta temporada.

“Carlitos a Tradição” marcou, em duas noites, o encerramen­to da quarta temporada do Show do Mês, projecto da produtora de espectácul­os Nova Energia

 ??  ??
 ??  ?? EDIÇÕES NOVEMBRO Artista plástica angolana expõe quadros de pintura em Lisboa
EDIÇÕES NOVEMBRO Artista plástica angolana expõe quadros de pintura em Lisboa

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola