Jornal de Angola

Conselho de Ministros aprecia proposta de OGE

Orçamento do próximo ano prevê maximizar as receitas em sectores como o da agricultur­a

- Adelina Inácio

A proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para exercício económico do próximo ano é apreciado amanhã pela Comissão Económica do Conselho de Ministros.

A proposta de OGE prevê maximizar as receitas em sectores como os da agricultur­a, diamantes e petróleo, bem como evitar o endividame­nto externo e executar as despesas com base nas receitas arrecadada­s. A Lei Quadro do Orçamento Geral do Estado (Lei n.º 15/10, de 14 de Julho) estabelece que as despesas correntes não devem em caso algum ultrapassa­r as receitas correntes.

O petróleo ainda continua a ser a principal fonte de arrecadaçã­o de receitas em Angola. A proposta de OGE para 2018 apresenta como referência do preço do barril do petróleo 50 dólares, com base nas projecções da Organizaçã­o dos Países Exportador­es de Petróleo (OPEP) e do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI). O Plano Intercalar do Governo fez uma projecção de 45 dólares do preço do barril.

O Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2018, o principal instrument­o de execução financeiro do Executivo saído das eleições de 23 de Agosto para o próximo ano, inclui o Programa de Investimen­tos Públicos (PIP/2018), que integra a construção de escolas, hospitais, estradas, pontes e outras obras, incluindo infra-estruturas que o Governo vai erguer em todo o país.

O Conselho de Ministros avaliou em Outubro deste ano o cronograma actualizad­o para a elaboração do OGE para 2018. “Temos um conjunto de acções viradas para a melhoria da qualidade da despesa e da arrecadaçã­o fiscal”, disse, na ocasião, o ministro das Finanças, Archer Mangueira, para lembrar que está em curso o Programa de Potenciaçã­o da Receita Tributária focado no alargament­o da base tributária. O objectivo é fazer com que mais pessoas paguem impostos e isso reforce o Orçamento Geral do Estado.

Depois de ser apreciado pela Comissão Económica do Conselho de Ministros, a proposta de Orçamento Geral do Estado deve ser submetido, ainda este mês, à Assembleia Nacional, para a sua discussão e votação. A Lei n.º 15/10 estabelece que o Presidente da República remete à Assembleia Nacional a proposta final de Orçamento Geral do Estado relativa ao exercício subsequent­e até ao dia 31 de Outubro, a qual deve ser votada, naquele órgão de soberania, até 15 de Dezembro.

No entanto, uma adenda à lei introduzid­a em 2012 permite o alargament­o do período para apresentaç­ão do projecto de Lei do Orçamento Geral do Estado para o ano subsequent­e em ano de eleições. Esta alteração permite que a proposta seja levada ao Parlamento angolano até 15 de Dezembro e que a votação aconteça até 15 de Fevereiro, neste caso de 2018.

Neste cenário, conforme determina a mesma lei, sem a votação de um novo Orçamento no Parlamento, "reconduzse o orçamento do ano anterior, até a sua aprovação final, vigorando as regras duodecimai­s sobre a gestão orçamental até a aprovação da nova proposta”. Cresciment­o do PIB O Governo angolano está a trabalhar numa base macroeconó­mica para 2018 que assenta no cresciment­o do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,4 por cento, mas uma taxa de inflação ainda a dois dígitos, acima dos 17 por cento a um ano.

As projecções constam do Plano Intercalar do Executivo a seis meses (Outubro a Março), para melhorar a situação económica e social do país, aprovado a 10 de Outubro, na primeira reunião do Conselho de Ministros presidida pelo novo Chefe de Estado, João Lourenço e que antecedeu a apresentaç­ão do de 2018.

No documento, a previsão do cresciment­o da economia é impulsiona­da essencialm­ente pelo aumento no PIB não petrolífer­o, que sobe 4,4 por cento, enquanto o PIB petrolífer­o aumenta apenas 1,3%. Em 2016, de acordo com as estimativa­s apresentad­as este mês pelo Governo, a economia angolana cresceu apenas 0,1 por cento.

A proposta do OGE para 2018 apresenta como referência do preço do barril de petróleo 50 dólares com base nas projecções da Organizaçã­o dos Países Exportador­es de Petróleo (OPEP)

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FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Órgão auxiliar do Titular do Poder Executivo realiza mais uma sessão amanhã

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