No Peru os problemas têm a ver com a política
ao Peru, que começa nesta quinta-feira, o Papa Francisco deverá continuar a ser perseguido pelo problema dos abusos sexuais cometidos por alguns padres locais, mas o foco principal deve ser a política. O papa não deverá passar ao lado do tema que domina neste momento a sociedade peruana: a crise política, desencadeada pelo indulto presidencial de Kuczynski a Fujimori. O antigo presidente, de 79 anos de idade, que cumpriu menos de metade da condenação a 25 anos por corrupção e crimes contra os direitos humanos durante os seus mandatos entre 1990 e 2000, recebeu um indulto por razões de saúde na véspera de Natal pelo presidente, depois de este ter conseguido escapar a um processo de destituição no Congresso por ligações à construtora brasileira Odebrecht graças à abstenção de dez deputados do partido de Alberto Fujimori. Muitos peruanos ainda apoiam o ex-presidente, considerando que ele ajudou a pacificar o país e a recuperar a economia. Numa anterior viagem à América Latina, o Papa considerou a corrupção "a peste, a gangrena da sociedade". A viagem do Papa ao Peru leva-o a Lima, Puerto Maldonado e Trujillo, muito longe da zona sul do país, afectada no fim de semana pelo sismo de magnitude 6,8. Os problemas sobre abusos sexuais cometidos por padres têm sido devidamente denunciados mas poucos acreditam que eles se sobreporão às pressões que deverão ser feitas junto do Papa relacionadas com a questão política.