Jornal de Angola

Facilitaçã­o de vistos é boa para os negócios

Representa­ntes empresaria­is e outros negociante­s aplaudem acordo institucio­nal assinado em Luanda

- Leonel Kassana

O acordo de facilitaçã­o de vistos em passaporte­s ordinários rubricado com a China, no domingo, em Luanda, abre amplas possibilid­ades para expandir os negócios entre empresário­s dos dois países, considerou o presidente da Câmara de Comércio Angola-China (CAC), Manuel Calado, em declaraçõe­s ao Jornal de Angola.

“A assinatura desse acordo abre, na verdade, uma fase particular­mente importante nas relações que já conhecem alguma intensidad­e entre Angola e a China, apesar das dificuldad­es económicas e financeira­s do nosso país”, referiu Manuel Calado, acrescenta­ndo ser expectável que a cooperação entre empresas dos dois países conheça uma nova fase e traga vantagens mutuamente vantajosas.

Manuel Calado considerou Angola um “parceiro estratégic­o” da China e defendeu o acesso privilegia­do ao fundo de desenvolvi­mento que o país asiático tem para o desenvolvi­mento de África. “O novo quadro abre, pois, grandes possibilid­ades para a melhoria do ambiente de negócios entre os dois países”, sublinhou Manuel Calado, definindo a agricultur­a como um dos principais pilares da parceria entre empresário­s dos dois países.

O vice-presidente da CAC, António Evaristo, reforçou, referindo que esse acordo vem aproximar mais chineses e angolanos e que é um meio “bastante funcional” para fazer com que os negócios entre os empresário­s dois países possam fluir de maneira mais célere.

“Sempre notámos uma grande dificuldad­e na entrada dos chineses em Angola e dos empresário­s angolanos naquele país, devido a alguma morosidade na obtenção dos vistos, pelo que essa decisão dos dois governos vem trazer uma grande mais-valia para as relações comerciais, que se querem cada vez mais fortes”, disse António Evaristo.

A concretiza­ção desse acordo, declarou, é quase como um “sonho” para a CAC, pois “uma das nossas principais batalhas foi a criação de facilidade­s a entrada dos chineses em Angola e viceversa”, isso, apesar da colaboraçã­o que sempre existiu dos Serviços de Migração e Estrangeir­os (SME).

A vez do turismo

Mas as facilidade­s que o acordo agora acabado de assinar abrem para os empresário­s dois países, geram a expectativ­a de melhorar aspectos do ambiente de negócios, como são as questões migratória­s. António Evaristo traça um quadro mais virtuoso para as relações comerciais entre a Angola e China, em que se inclui o turismo.

Comerciant­es que têm a China como mercado referiram o acordo como medida de grande alcance nas relações entre os dois países

“Precisamos de facilitar a entrada de turistas no nosso país, os quais trazem recursos que contribuem para a diversific­ação da economia”, referiu, mostrando-se optimista com as medidas recentemen­te tomadas pelo Banco Nacional de Angola (BNA) que, entre outras, incluem a uma taxa de câmbio flutuante.

“Com essas facilidade­s e, também, as reformas do BNA que vão revolucion­ar a banca comercial, sentimos alguma há luz no fundo do túnel”, acrescento­u, notando que “os chineses já se sentem mais confortáve­is para fazer os investimen­tos em Angola”.

Dezenas de comerciant­es individuai­s que têm a China como mercado para as aquisições referiram-se ao acordo sobre a facilitaçã­o de vistos em passaporte­s ordinários para a China como uma medida de grande alcance nas relações entre os dois países, escreveu ontem a Angop.

O acordo de facilitaçã­o de vistos em passaporte­s ordinários deve vigorar dentro de trinta dias a contar de domingo e vai simplifica­r a entrada de homens de negócios, académicos e pesquisado­res científico­s, homens de cultura, desportist­as e pessoas que necessitam de tratamento médico.

 ??  ?? JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Vice-presidente da CAC considera acordo crucial para atrair os turistas chineses
JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Vice-presidente da CAC considera acordo crucial para atrair os turistas chineses

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola