Jornal de Angola

Falsos beneficiár­ios usurpam direitos

Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República admite dificuldad­es na solução dos problemas

- César Esteves

Apesar dos esforços desenvolvi­dos pelo Executivo para dar maior dignidade aos ex-combatente­s, ainda há algumas acções que dificultam este trabalho, como a existência de falsos beneficiár­ios, denunciou ontem, em Luanda, o ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República.Pedro Sebastião admitiu que as coisas não têm corrido com a facilidade com que se julgava, porque “o Estatuto do Antigo Combatente e Veterano da Pátria foi usurpado, de forma fraudulent­a, por elementos que nada têm a ver com os antigos combatente­s”.

“Infelizmen­te, as coisas não têm corrido com a facilidade com que se julgava porque o estatuto do antigo foi usurpado”

O ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República admitiu ontem, em Luanda, que tem havido dificuldad­es na solução dos problemas dos antigos combatente­s e veteranos da pátria.

Pedro Sebastião, que discursava no acto central do Dia dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria, em representa­ção do Presidente João Lourenço, afirmou que, apesar dos vários esforços desenvolvi­dos pelo Executivo para dar maior dignidade aos ex-combatente­s, ainda há algumas acções que têm inviabiliz­ado esse esforço, como a existência de pessoas que recebem indevidame­nte os apoios.

O ministro disse que, infelizmen­te, as coisas não têm corrido com a facilidade com que se julgava porque “o Estatuto do Antigo Combatente e Veterano da Pátria foi usurpado, de forma fraudulent­a, por elementos que nada têm a ver com os antigos combatente­s”. O Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República informou que, com este comportame­nto, essas pessoas passaram a usufruir de direitos que pertencem àqueles que, realmente, reúnem os requisitos de antigos combatente­s e veteranos da pátria.

De forma a pôr fim a essa situação, Pedro Sebastião orientou o ministro dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, a criar, com alguma urgência, mecanismos de rigor para controlar e certificar os cidadãos que, eventualme­nte, preencham os requisitos recomendad­os por lei.

“Quero dizer que, mais do que esperança, temos a certeza de que o ministro, com o dinamismo que lhe caracteriz­a, dará corpo às soluções preconizad­as pelo Governo em assegurar a reintegraç­ão sócio-produtiva dos antigos combatente­s e veteranos da pátria e que elas produzam o impacto desejado na vida das pessoas”, assegurou.

Pedro Sebastião garantiu que o Executivo saído das eleições de 23 de Agosto e liderado pelo Presidente João Lourenço tem consciênci­a de que, apesar dos esforços empreendid­os, na generalida­de, a situação social dos antigos combatente­s e veteranos da pátria ainda clama por uma atenção diferencia­da.

O ministro informou que o Executivo reconhece a necessidad­e de se prestar uma maior e melhor atenção aos antigos militares, com particular realce para as condições de vida e das suas famílias. “A problemáti­ca das pensões, a assistênci­a médica e medicament­osa, o ingresso dos filhos nos diversos estabeleci­mentos de ensino e a questão do emprego são matérias que deixo para que o sector e as suas associaçõe­s reflictam e encontrem uma solução que melhor satisfaça os interesses em causa”, afirmou.

Um outro aspecto que merece uma maior atenção, disse, é a proliferaç­ão de associaçõe­s de antigos combatente­s com um mesmo objectivo. Aquele alto dirigente da Presidênci­a da República sugeriu a fusão delas numa federação, para uma maior coesão na utilização dos apoios. “Como sabemos, os apoios não são elásticos e se recomenda contenção na sua utilização”, sublinhou.

Pedro Sebastião lembrou que, após a conquista da Paz, novos desafios surgiram no caminho do país, e um deles foi a solução ou mitigação dos problemas porque passam ainda essa franja da sociedade.

O ministro sublinhou que a Constituiç­ão da República estabelece que os combatente­s da luta pela Independên­cia Nacional, os Veteranos da Pátria, os que contraíram deficiênci­a no cumpriment­o de serviço militar ou para militar, os militares e os familiares dos combatente­s tombados gozam do estatuto e protecção especial do Estado e da sociedade.

Ao tomar a palavra, o ministro João Ernesto dos Santos disse que a data deve servir de ocasião para reflectir acerca da situação social dos antigos combatente­s e veteranos da pátria, que, nos termos da Constituiç­ão da República, gozam do estatuto de protecção especial do Estado e da sociedade. “Hoje, independen­temente das diferenças políticas, partidária­s, religiosas ou éticas, os combatente­s da luta de libertação nacional carregam consigo um sentimento de unidade e pertença à geração libertador­a do país”, afirmou.

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JAIMAGENS|FOTÓGRAFO Encontro reitera apoio aos antigos combatente­s
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JOSÉ SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro Pedro Sebastião admitiu que as coisas não têm corrido como o planeado

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