Palancas deixam boa impressão
Domínio e controle do jogo pela Selecção Nacional foram insuficientes para a conquista dos três pontos e um início animador para os restantes compromissos
Angola e Burkina Faso empataram (0-0) ontem, no Estádio Adrar, em Agadir, na abertura do Grupo D da 5ª edição do Campeonato Africano das Nações (CHAN/2018), que se disputa até ao próximo dia 4 de Fevereiro, no Reino de Marrocos.
Comprometido com a vitória, o conjunto angolano atacou mais a baliza adversária, com o médio Vá a dar bastante trabalho ao sector defensivo burquinabe. Angola entrou destemida, fazendo o jogo pelo jogo, para estar em vantagem no marcador nos primeiros 15 minutos. Pequeno na estatura, mas rápido a pensar, Vá baralhou as contas do técnico Idrissa Malo Traoré, porque tanto aparecia na esquerda como na direita, sempre com perigo.
O jogador do Progresso Sambizanga desperdiçou duas situações claras de golo, aos quatro e 13 minutos, com o guarda-redes Sawadogo Adama já praticamente batido.
Melhor na abordagem do jogo, o técnico Srdjan Vasiljevic fez apenas uma alteração no “onze” tipo que utilizou nos amistosos com o Domant do Bengo e Guiné Equatorial, colocando de inicio no meio campo Paty, em detrimento de Mano Calesso.
Fiel ao sistema táctico 45-1, por força das vitórias diante da formação de Bula Atumba e dos equato-guineenses, entrou na baliza com Landu, quarteto defensivo formado por Mira, Tó Carneiro, Nari e Wilson. Na linha intermediária, colocou cinco unidades: Almeida, Herenilson, Vá, Job e Paty, com as despesas de ataque a cargo de Fofó, ex-jogador do Progresso Sambizanga, que se transferiu para o bicampeão nacional, 1º de Agosto.
Com a bola a ser jogada de trás para a frente, a Selecção Nacional chegava com relativa facilidade à baliza contrária, mas não acertava no alvo. Angola foi uma equipa corajosa a defender e a atacar, mas sem profundidade para criar mossa à defesa contrária.
Aos 32 minutos, Paty surgiu na área sem oposição, mas cabeceou por cima do travessão, após excelente trabalho de Mira na direita. O lateral direito do Petro de Luanda não comprometeu, quer a defender, quer a atacar.
Durante o primeiro tempo, o Burkina Faso criou apenas dois lances de perigo, com a intervenção directa de Roméo Boni e Zongo Moise, aos 17 e 25 minutos. A jogar no 4-42, os Cavalos burquinabes não encontravam caminhos para visar a baliza defendida por Landu, que teve uma primeira parte tranquila.
No final da parte inicial, a Selecção Nacional teve maior percentagem de pose de bola com 61 por cento, contra 39 do adversário.
No regresso dos balneários, os comandados de Srdjan Vasiljevic mantiveram o controlo e o domínio do jogo, mas pecavam na finalização. Jogando em perfeita sintonia, com transições rápidas para o ataque, Angola mostrou raça e querer diante do Burkina Faso. Aos poucos, a Selecção Nacional começa a dar sinais de melhorias, depois de Srdjan Vasiljevic ter assumido o comando técnico dos Palancas Negras há cerca de 50 dias.
Aos 56 minutos, Wilson teve uma excelente oportunidade para visar positivamente a baliza de Sawadogo, após livre cobrado pelo “capitão” Job, mas esticou-se todo e não chegou ao alcance da bola. Job e Vá entendiamse perfeitamente e baralhavam a defensiva dos Etalons, surgindo com cruzamentos perigosos para o médio Paty ou o atacante Fofó facturarem. Com o jogo controlado, a Selecção Nacional tentava explorar os pontos fracos do Burkuina Faso, o que obrigou o técnico Srdjan Vasiljevic a mexer na equipa, mas muito tardiamente, apenas na ponta final do jogo.
Aos 78 minutos, Job foi substituído por Mano Calesso. Volvidos nove minutos, Chiló rendeu o irreverente Vá, para Kaporal entrar para o lugar de Fofó, aos 90 minutos. Na estreia de Srdjan Vasiljevic, Angola teve um desempenho aceitável.
Reacção ao empate
Silvestre Pelé, treinadoradjunto da Selecção Nacional, valorizou o empate diante do Burkina Faso, sublinhando que Angola dominou o desafio. “Jogámos bem, se tivesse que haver um vencedor, seriamos nós. Dominámos o jogo. Penso que fomos penalizados com o empate. O grupo de trabalho cumpriu com o objectivo, que passava por fazer um bom jogo e conseguir um resultado positivo”, garantiu ao Jornal de Angola, o extreinador da Académica do Lobito.
“Jogamos bem. Se tivesse que haver um vencedor seríamos nós. Dominamos o jogo. Penso que fomos penalizados com o empate. O grupo de trabalho cumpriu com o objectivo”