Jornal de Angola

Palancas deixam boa impressão

Domínio e controle do jogo pela Selecção Nacional foram insuficien­tes para a conquista dos três pontos e um início animador para os restantes compromiss­os

- António de Brito

Angola e Burkina Faso empataram (0-0) ontem, no Estádio Adrar, em Agadir, na abertura do Grupo D da 5ª edição do Campeonato Africano das Nações (CHAN/2018), que se disputa até ao próximo dia 4 de Fevereiro, no Reino de Marrocos.

Comprometi­do com a vitória, o conjunto angolano atacou mais a baliza adversária, com o médio Vá a dar bastante trabalho ao sector defensivo burquinabe. Angola entrou destemida, fazendo o jogo pelo jogo, para estar em vantagem no marcador nos primeiros 15 minutos. Pequeno na estatura, mas rápido a pensar, Vá baralhou as contas do técnico Idrissa Malo Traoré, porque tanto aparecia na esquerda como na direita, sempre com perigo.

O jogador do Progresso Sambizanga desperdiço­u duas situações claras de golo, aos quatro e 13 minutos, com o guarda-redes Sawadogo Adama já praticamen­te batido.

Melhor na abordagem do jogo, o técnico Srdjan Vasiljevic fez apenas uma alteração no “onze” tipo que utilizou nos amistosos com o Domant do Bengo e Guiné Equatorial, colocando de inicio no meio campo Paty, em detrimento de Mano Calesso.

Fiel ao sistema táctico 45-1, por força das vitórias diante da formação de Bula Atumba e dos equato-guineenses, entrou na baliza com Landu, quarteto defensivo formado por Mira, Tó Carneiro, Nari e Wilson. Na linha intermediá­ria, colocou cinco unidades: Almeida, Herenilson, Vá, Job e Paty, com as despesas de ataque a cargo de Fofó, ex-jogador do Progresso Sambizanga, que se transferiu para o bicampeão nacional, 1º de Agosto.

Com a bola a ser jogada de trás para a frente, a Selecção Nacional chegava com relativa facilidade à baliza contrária, mas não acertava no alvo. Angola foi uma equipa corajosa a defender e a atacar, mas sem profundida­de para criar mossa à defesa contrária.

Aos 32 minutos, Paty surgiu na área sem oposição, mas cabeceou por cima do travessão, após excelente trabalho de Mira na direita. O lateral direito do Petro de Luanda não compromete­u, quer a defender, quer a atacar.

Durante o primeiro tempo, o Burkina Faso criou apenas dois lances de perigo, com a intervençã­o directa de Roméo Boni e Zongo Moise, aos 17 e 25 minutos. A jogar no 4-42, os Cavalos burquinabe­s não encontrava­m caminhos para visar a baliza defendida por Landu, que teve uma primeira parte tranquila.

No final da parte inicial, a Selecção Nacional teve maior percentage­m de pose de bola com 61 por cento, contra 39 do adversário.

No regresso dos balneários, os comandados de Srdjan Vasiljevic mantiveram o controlo e o domínio do jogo, mas pecavam na finalizaçã­o. Jogando em perfeita sintonia, com transições rápidas para o ataque, Angola mostrou raça e querer diante do Burkina Faso. Aos poucos, a Selecção Nacional começa a dar sinais de melhorias, depois de Srdjan Vasiljevic ter assumido o comando técnico dos Palancas Negras há cerca de 50 dias.

Aos 56 minutos, Wilson teve uma excelente oportunida­de para visar positivame­nte a baliza de Sawadogo, após livre cobrado pelo “capitão” Job, mas esticou-se todo e não chegou ao alcance da bola. Job e Vá entendiams­e perfeitame­nte e baralhavam a defensiva dos Etalons, surgindo com cruzamento­s perigosos para o médio Paty ou o atacante Fofó facturarem. Com o jogo controlado, a Selecção Nacional tentava explorar os pontos fracos do Burkuina Faso, o que obrigou o técnico Srdjan Vasiljevic a mexer na equipa, mas muito tardiament­e, apenas na ponta final do jogo.

Aos 78 minutos, Job foi substituíd­o por Mano Calesso. Volvidos nove minutos, Chiló rendeu o irreverent­e Vá, para Kaporal entrar para o lugar de Fofó, aos 90 minutos. Na estreia de Srdjan Vasiljevic, Angola teve um desempenho aceitável.

Reacção ao empate

Silvestre Pelé, treinadora­djunto da Selecção Nacional, valorizou o empate diante do Burkina Faso, sublinhand­o que Angola dominou o desafio. “Jogámos bem, se tivesse que haver um vencedor, seriamos nós. Dominámos o jogo. Penso que fomos penalizado­s com o empate. O grupo de trabalho cumpriu com o objectivo, que passava por fazer um bom jogo e conseguir um resultado positivo”, garantiu ao Jornal de Angola, o extreinado­r da Académica do Lobito.

“Jogamos bem. Se tivesse que haver um vencedor seríamos nós. Dominamos o jogo. Penso que fomos penalizado­s com o empate. O grupo de trabalho cumpriu com o objectivo”

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CAF ONLINE Defesa central Wilson esteve certo na marcação e nas dobras e foi um dos esteios na marcação aos avançados burkinabes

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