Antigos combatentes defendem revisão da lei
Yava Bumba, 55 anos de idade, tenente-coronel na reforma, é deficiente amputado abaixo do joelho. Usa prótese na perna direita que foi “mutilada” pelo accionamento de uma mina anti-tanque em 1982, no município do Balombo, província de Benguela, aquando da sua participação numa operação militar denominada “Primeiro Congresso”.
A viver na condição de antigo combatente, Yava diz não estar a ser fácil sobreviver do subsídio que recebe do ministério de tutela, e defende a reformulação urgente da Lei n.º 13 / 2002, de 15 de Outubro, visando adequá-la às exigências do momento.
“Sei que o dossier já está no Parlamento há mais de dois anos. Precisamos que a lei seja analisada e (que a reformulação seja) aprovada o mais breve possível. O subsídio de mérito que recebemos por ter participado na luta de libertação nacional não chega para sustentarmos as nossas famílias. Imagina só receber mensalmente um subsidio de 22 mil kwanzas! Esse valor é irrisório para suportar os encargos domésticos e não só”, disse, em conversa com a reportagem do Jornal de Angola.
Ao debruçar-se sobre o Dia do Antigo Combatente, cujo acto central este ano decorreu em Luanda, Yava Bumba afirmou que as novas gerações devem saber o quanto custou a luta pela independência e valorizá-la, porque foi exactamente para que as novas gerações não vivessem as agruras que as gerações passadas viveram.
Apesar de existirem alguns constrangimentos que apoquentam alguns antigos combatentes, Bumba elogiou os esforços do Executivo no sentido de dar à classe as condições de vida dignas e correspondentes aos sacrifícios por eles consentidos, assim como às suas famílias.
Silva Lopes Etiambulo, também antigo combatente, considera que ao instituir-se uma data comemorativa do antigo combatente, o Executivo fê-lo como expressão do seu mais profundo reconhecimento e estima àquela franja.