BOLSAS DE ESTUDO
Directora geral do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo revelou que muitos concorrentes estão sem as condições exigidas
INAGBE chumba mais de metade das candidaturas
Pelo menos 90 dos 150 primeiros candidatos inscritos para concorrer às bolsas de estudo externas deste ano, abertas segunda-feira, pelo Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE), foram excluídos, por incumprimento de requisitos, revelou ontem a directora-geral da instituição.
Ana Paula Elias explicou que os excluídos ao concurso de bolsas de estudo externas, levadas a cabo no âmbito do Decreto Presidencial 165/14, de 19 de Junho, apresentavam certificados com notas muito abaixo dos 14 valores, média exigida para o efeito e por terem idades acima dos 22 anos.
A directora-geral explicou que os candidatos rejeitados, todos inscritos no primeiro dia, eram, na sua maioria, estudantes concorrentes a bolsas de estudos externas para cursos de licenciatura.
Ana Paula Elias pediu aos candidatos para respeitarem as normas ou condições exigidas pelo Decreto Presidencial 165/14, de 19 de Junho, que regula a fase de candidaturas de bolsas de estudo externas a nível de licenciatura e de pós-graduação.
Com duração de três meses, o processo de candidaturas para bolsas externas para pós-graduação é aberto aos cidadãos nacionais, com idades não superiores a 35 anos, se candaditarem aos cursos de mestrado, e 45 para o doutoramento.
Além disso, o candidato deve ter experiência comprovada na área do conhecimento em que se formou e em que pretende fazer o mestrado ou doutoramento, assim como recomenda-se a pessoas com comportamento moral, cívico e patriótico adequados.
Para cursos de graduação, o candidato deve ser angolano, idade não superior a 22 anos, média igual ou superior a 14 valores, principalmente nas disciplinas nucleares, bem como nunca ter interrompido a formação regular após a conclusão do segundo ciclo do ensino secundário (ensino médio).
Em função da experiência dos últimos dois anos, Ana Paula Elias revelou que o instituto costuma receber entre 3.000 e 5.000 candidaturas, nos três meses. Muitos destes ficam de fora com o decorrer das várias fases do processo, desde a apresentação da candidatura ao embarque do bolseiro. A directora- geral explicou que o processo começa com a abertura do concurso, seguida de outras fases como apresentação da candidatura, prova selectiva e de aptidão, análise documental, envio das candidaturas aos países doadores das bolsas externas, recepção e confirmação de aceitação dos países dos apurados, assinatura da declaração de compromissos e o tratamento das questões de embarque do bolseiro.
Sobre o número de vagas, Ana Paula disse que, nesta altura, é impossível avançar dados, uma vez que, embora o concurso tenha sido aberto, os países doadores das bolsas externas ainda não manifestaram a disponibilidade de vagas, que podem acontecer a qualquer momento.
Explicou que o número de bolsas varia de ano para ano, uma vez que existe uma certa dependência dos países que cedem tais oportunidades, assim como elas não são empregues no mesmo período. “Há países doadores de bolsas que disponibilizam as vagas em Janeiro, outros em Fevereiro, mas existem ainda outros que se abrem à doação depois de Abril, daí que Angola deve estar preparada para entregar concorrentes antes da solicitação”.
A directora do INAGBE explicou que o país tem acordos com países que doam, às vezes, uma ou duas vagas, como a Sérvia e o Vietname, assim como tem com outros que disponibilizam mais de 70 bolsas de estudo. Deu como exemplos a Polónia e a Ucrânia, que podem oferecer dez bolsas anuais, Roménia (oito), da Rússia, que cede até 30, mas de países como Argélia, Tunísia e Marrocos, que costumam a ajudar com mais de 70 vagas.Ana Paula Elias deixou claro que a gestão do INAGBE, nestes casos, é sempre compensar os estudantes que, depois de seleccionados, ficam de fora, por exiguidade de vagas nesses países.
“No ano seguinte, esses candidatos são sempre os primeiros a partirem para ocupar as vagas”, disse.
Esclareceu que o país, devido à crise, tem apostado em bolsas externas de cooperação ou comparticipadas, que são aquelas doadas por países com os quais Angola tem relações. Neste tipo de bolsas, os países doadores custeiam as despesas com propinas dos bolseiros e, em muitos casos, até o alojamento e alimentação.
Sobre o número de vagas, Ana Paula disse que, nesta altura, é impossível avançar dados, uma vez que, embora o concurso tenha sido aberto, os países doadores das bolsas externas ainda não manifestaram a disponibilidade de vagas