POLÉMICA
Há pessoas assim, por pior que façam nunca aprendem com os erros e, de cada vez que falam, agravam ainda mais a sua situação e a forma como o mundo as encara. Presidente norte-americano rejeita caucionar “erros” de Barack Obama
As trapalhadas de Donald Trump
Donald Trump é o protótipo de pessoas que não quer aprender com os erros repetidamente cometidos. Ele, não só perde sucessivas oportunidades para aprender com os erros cometidos como, se isso não bastasse, agrava quase que diariamente a sua popularidade junto da opinião pública.
Depois da mais recente polémica (será mesmo a mais recente?) sobre declarações proferidas na Casa Branca em relação a alguns países africanos, eis que o Presidente dos Estados Unidos vem agora a público desdizer o que todos disseram que ele disse.
Para isso, encarou de frente os jornalistas que habitualmente cobrem as actividades que se desenrolam na Casa Branca para afirmar: “Não sou um racista. Sou a pessoa menos racista que já entrevistaram”.
Esta afirmação, feita assim deste modo, atira para cima dos ombros dos seus antecessores, sobretudo de Barack Obama e George Bush, o epíteto de “racistas”, pois todos eles foram por diversas vezes entrevistados pelos mesmíssimos jornalistas a quem agora se dirigiu e que trabalham na Casa Branca, maioria, há várias décadas.
Estas declarações surgiram num ambiente de crescente hostilidade entre altos responsáveis da administração Trump e membros do partido Democrata sobre a alegada utilização da expressão “países de merda” para descrever as nações de imigrantes acolhidos nos Estados Unidos devido a situações de desastre, guerras ou epidemias.
No seio do partido Republicano, o de Donald Trump, o desconforto é crescente e muitos dos seus membros começam já a pensar bater com a porta.
Um outro assunto que promete dar que falar e que a imprensa norte-americana está a acompanhar de muito perto, tem a ver com alegados milionários “contratos de confidencialidade” que algumas actrizes de filmes pornográficos terão assinado com advogados de Trump para não mencionarem o nome do Presidente em futuros e eventuais “livros de memórias”.
Visita a Londres
Uma outra polémica que envolve o Presidente norteamericano tem a ver com o cancelamento que fez de uma visita a Londres, que deveria realizar já no próximo mês de Fevereiro, para inaugurar a nova embaixada dos Estados Unidos.
Depois de estar tudo preparado (a visita de um Presidente dos Estados Unidos a um país estrangeiro leva meses a ser preparada) Trump anunciou através do Twitter que não ia caucionar um “erro grave” cometido pelo seu antecessor, e referiuse concretamente a Barack Obama.
Na mensagem, Donald Trump disse que Obama havia assinado a venda do edifício onde funcionava a anterior embaixada a um preço muito aquém do valor de mercado, pois estava situado num dos lugares mais nobres de Londres.
“Como sabem eu percebo de negócios imobiliários e posso dizer, com convicção, que a venda do espaço onde estava a nossa anterior embaixada foi um verdadeiro desastre”, sublinhou o Presidente dos Estados Unidos.
E, para que não restassem dúvidas, acrescentou que essa era a única razão pela qual tinha decidido não ir a Londres. “Não posso estar presente a validar um tremendo erro que foi cometido”, rematou.
A decisão de transferir a embaixada dos Estados Unidos em Londres para um local mais modesto, mas considerado pelos especialistas mais seguro, partiu de George W. Bush, em 2008, e não de Obama como Trump disse em mais um dos seus “lapsos de memória”.
Saúde é excelente
Mas, nem tudo é assim tão mau para Donald Trump. O seu médico pessoal, Ronny Jackson, violando aquilo que deveria ser o cumprimento do seu código de ética profissional veio a público, sem ninguém lhe pedir, dizer que o estado de saúde do Presidente era “excelente”.
Este é o primeiro boletim médico divulgado pela Casa Branca desde que Donald Trum assumiu a presidência dos Estados Unidos e surge numa altura em que a imprensa norte-americana começou a divulgar algumas suspeitas de que ele poderia padecer de uma doença que, supostamente, lhe afectava o cérebro e provocava lapsos de memória.
O boletim médico assinado por Ronny Jackson e divulgado neste fim de semana pela Casa Branca pormenoriza que os exames, que duraram quatro horas, foram feitos por médicos militares de diversas especialidades.
No seu livro “Fogo e Fúria”, o escritor Micahel Wolff havia referido que pairava na Casa Branca a suspeita de que o Presidente, de 71 anos de idade, teria uma doença mental que o levava a dizer coisas que não queria.
Já anteriormente o secretário de Estado, Rex Tillerson, havia desmentido as “sugestões” da imprensa de que o Presidente padecia de uma doença mental. No período da pré-campanha para as eleições, um outro médico que habitualmente acompanha Donald Trump, Harold Bornstein, declarou que o seu paciente não padece de qualquer doença impeditiva de assumir a presidência dos Estados Unidos.