Jornal de Angola

Substituiç­ão das importaçõe­s junta Executivo e empresário­s

Dez dias depois do Presidente da República, João Lourenço, ter auscultado os homens de negócios no Palácio da Cidade Alta, em Luanda, o Executivo anunciou ontem, para breve, um encontro alargado com a classe empresaria­l para acelerar a produção nacional

- Cândido Bessa

O Executivo anunciou ontem que vai iniciar, em breve, um processo de auscultaçã­o ao sector empresaria­l privado, no sentido de recolher contribuiç­ões para o Programa de Apoio à Produção, Diversific­ação das Exportaçõe­s e Substituiç­ões de Importaçõe­s (PRODESI). Aprovado ontem em reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros, o programa tem como objectivo acelerar a diversific­ação da produção nacional, por via do fomento de fileiras exportador­as em sectores não petrolífer­os.

O Executivo inicia, em breve, um processo de auscultaçã­o ao sector empresaria­l privado, no sentido de recolher contribuiç­ões para o êxito do Programa de Apoio à Produção, Diversific­ação das Exportaçõe­s e Substituiç­ões de Importaçõe­s (PRODESI).

Aprovado ontem em reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros, o programa tem como objectivo acelerar a diversific­ação da produção nacional, por via do fomento de fileiras exportador­as em sectores não petrolífer­os e com forte potencial de substituiç­ão de importaçõe­s. O ministro da Economia e Planeament­o, Pedro Luís da Fonseca, explicou à imprensa, no final da reunião, que o programa é para ser aplicado no curto, médio e longo prazo e vai estar centrado em áreas como a alimentaçã­o e agro-indústria, recursos minerais, petróleo e gás natural, têxteis, vestuário e calçado, além do turismo e lazer.

O anúncio da auscultaçã­o dos homens de negócios ocorre dez dias após a reunião do Presidente da República com empresário­s, em que estes expuseram as suas preocupaçõ­es e avançaram ideias para melhorar o ambiente de negócios e acelerar a produção nacional. No encontro, os empresário­s pediram alteração urgente da Lei do Investimen­to Privado, para adaptá-lo à realidade actual e facilitar a atracção de capital estrangeir­o em infraestru­turas básicas para o desenvolvi­mento.

Entre as preocupaçõ­es, constam ainda a falta de energia e água, telecomuni­cações e estradas, escassez de divisas para a compra de matérias-primas no exterior e as altas taxas de juro. Também solicitara­m mais incentivos para os empresário­s criarem empregos nas zonas mais desfavorec­idas.

Na semana passada, o Presidente da República criou uma comissão multissect­orial, coordenada pelo ministro de Estado para o Desenvolvi­mento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, para articular com os diferentes serviços do Estado necessário­s em todas as fases do procedimen­to do investimen­to privado e, em 30 dias, encontrar um modelo de actuação governativ­a capaz de satisfazer os anseios dos potenciais investidor­es, para o alavancar da economia nacional e a criação de mais postos de trabalho.

Nas medidas de política e acções para implementa­r até Março, no sentido de melhorar a situação económica e social, o Executivo destaca a promoção de exportaçõe­s e substituiç­ão de importaçõe­s, para que o país deixe de depender das receitas de um único produto, o petróleo. Entre as medidas e acções constam a criação de uma Unidade Técnica de Apoio à Implementa­ção do Programa de Promoção de Exportaçõe­s e Substituiç­ão de Importaçõe­s, além da redução dos custos e da burocracia processual no desalfande­gamento de matérias-primas importadas e sobre os produtos de exportação.

O Executivo pretende ainda melhorar a cadeia de logística e de distribuiç­ão ligada às principais regiões agrícolas e às principais indústrias e atribuir “crédito fiscal” às actividade­s produtivas intensivas, no con- sumo de combustíve­is, como agricultur­a de média e grande escala e as pescas. Para o sector da construção, a ideia é operaciona­lizar, plenamente, as linhas de crédito.

Lei da concorrênc­ia

Na reunião de ontem, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço, a Comissão Económica apreciou a proposta de Lei da Concorrênc­ia, para criar um ambiente mais favorável que promova e defenda a livre iniciativa, a competitiv­idade e a sã concorrênc­ia, com vista a salvaguard­ar a salutar defesa dos consumidor­es.

No discurso à Nação, onde foram apresentad­os os diplomas a serem submetidos à aprovação da Assembleia Nacional, o Presidente João Lourenço disse que a Lei da Concorrênc­ia visa enfrentar situações de imperfeiçõ­es do mercado ainda existentes na economia nacional e apontou casos dos monopólios, cuja actuação tem consequênc­ias negativas na vida dos consumidor­es.

João Lourenço indicou, na altura, sectores como o da cimenteira e telecomuni­cações onde se registam monopólios. Outro documento apreciado é o Memorando sobre a reavaliaçã­o da estratégia de regulariza­ção da dívida pública interna titulada, visando reduzir o esforço de gestão da Conta Única do Tesouro (CUT), no que toca ao serviço da dívida nos próximos anos e garantir a sustentabi­lidade da dívida pública. O Executivo decidiu negociar o reescalona­mento da dívida com os principais parceiros bilaterais e alargar a base de investidor­es em Títulos do Tesouro. Ao Ministério das Finanças foi incumbida a missão de concluir a análise de sustentabi­lidade da dívida de Angola.

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FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Presidente da República, João Lourenço, orientou ontem a reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros

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