Polícia impede vigília contra assassinatos
A Polícia da Guiné-Bissau proibiu ontem uma vigília que os cidadãos inconformados pretendiam realizar em frente à embaixada do Senegal para protestar contra os assassínios de cidadãos guineenses nas regiões da fronteira entre os dois países.
Sumaila Djaló, porta-voz do movimento, constituído essencialmente por jovens dos liceus e universidades guineenses, indicou à Lusa que a polícia “acabou por apresentar alegações contraditórias” momentos antes do início da vigília.
“Uns disseram-nos que estavam no local para garantir a segurança da nossa acção, outros afirmaram que não podiam permitir que a vigília tivesse lugar”, defendeu Sumaila Djaló. O porta-voz dos Inconformados, movimento que organizou acções de rua nos últimos dois anos, para, entre outros, exigir ao Presidente guineense, José Mário Vaz, que renuncie ao cargo, por ser, diz, o principal responsável pela crise política no país. Os inconformados queriam realizar ontem uma vigília diante da embaixada do Senegal, em Bissau, para demonstrar o seu repúdio pelas mortes de cidadãos guineenses por elementos das autoridades senegalesas.
O último caso ocorreu na passada sexta-feira quando uma caravana de cidadãos guineenses foi atacada, alegadamente, pela polícia fronteiriça, tendo resultado na morte de pelo menos um homem da Guiné-Bissau.
O porta-voz dos inconformados disse ontem ser lamentável que as autoridades guineenses estejam disponíveis para impedir manifestações, mas não esclareçam a situação.