Jornal de Angola

Execução de programas passa a ser controlada

Serviços especializ­ados são obtidos no estrangeir­o para auxiliar o Ministério das Finanças a monitoriza­r

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A monitoriza­ção do Plano Intercalar do Executivo e do Plano de Estabiliza­ção Macroeconó­mica passa a custar ao Estado cerca de 900 mil dólares (cerca de 187 milhões de kwanzas), como determina o despacho assinado na terça-feira pelo Presidente da República, João Lourenço.

O documento sublinha a “necessidad­e de boa implementa­ção das acções do Ministério das Finanças” no Plano Intercalar do Executivo aprovado no final de Outubro, e o Plano de Estabiliza­ção Macroeconó­mica (PEM) para 2018.

O Presidente da República autorizou a contrataçã­o da empresa Tendências Consultori­a Integrada, por 890 mil dólares (perto de 185 milhões de kwanzas), para acompanhar a execução das medidas de domínio fiscal incluídas no PEM.

O despacho atribui ao contrato a “necessidad­e de proceder-se ao acompanham­ento e à monitoriza­ção dos referidos planos, mediante contrataçã­o de serviços de consultori­a especializ­ada para reforçar e subsidiar todas as etapas da execução dos mesmos, assim como auxiliar o Ministério das Finanças na condução de acções para a consolidaç­ão fiscal e permitir uma adequada formação dos técnicos para a apropriada gestão das referidas acções”.

O Governo prevê aplicar até ao final do ano, 109 medidas de políticas fiscal, cambial e monetária, assim como garantir mais solidez ao sector financeiro, segundo o PEM apresentad­o em Janeiro. De acordo com a síntese do documento, foram definidos 36 objectivos a atingir nas quatro áreas identifica­das como de actuação prioritári­a, no quadro da crise económica e financeira que afecta o país. O plano preparado pelo Executivo prevê “109 medidas concretas”, promete acções durante todo o ano de 2018.

Desde logo, em termos objectivos de política fiscal e de despesas do Estado, fortemente afectadas pela quebra nas receitas com a exportação de petróleo desde 2014, o PEM prevê a adopção de “abordagem orçamental plurianual prudente e realista” e o plano para assegurar a implementa­ção efectiva do quadro legislativ­o das finanças públicas focado “na aplicação de medidas punitivas”.

Também propõe-se legislação que obrigue os titulares de cargos políticos, de direcção e chefia “declararem as empresas com as quais apresentam eventuais conflitos de interesse”, lê-se no resumo do documento.

“Convergir para concursos públicos abertos e obrigatóri­os para toda a despesa pública” e garantir a “exequibili­dade” do Programa de Investimen­tos Públicos (PIP), tal como o “alinhament­o da carteira do PIP com a política de desenvolvi­mento”, além de “acelerar o pagamento de atrasados” e garantir a “racionaliz­ação e melhoria da qualidade das despesas do Estado” são outros objectivos do PEM.

Governo prevê aplicar até ao final do ano, 109 medidas de políticas fiscal, cambial e monetária

Vai ser ainda definida uma estrutura “para assegurar o maior alinhament­o do preço dos produtos refinados, água e electricid­ade aos preços de mercado” e um plano de acção “para a redução de custos da folha salarial do Estado, focado na meritocrac­ia”.

No mesmo documento, o Governo angolano refere que o diagnóstic­o feito às contas públicas indica como em “qualquer agregado familiar ”, o Estado “também precisa de reduzir a despesa e buscar outras fontes de receitas, além do endividame­nto”.

“A isto se designa, ajuste fiscal ou ‘consolidaç­ão’ fiscal que tem início já em 2018”, lê-se no resumo do PEM, que recorda a queda na cotação do barril de crude no mercado internacio­nal levou à redução das receitas de exportação petrolífer­as angolanas, de 68 mil milhões de dólares para 26 mil milhões de dólares, entre 2013 e 2016.

Para “aumentar a robustez de receitas tributária­s”, o Governo pretende aplicar “taxas mais elevadas” para produtos de luxo, jogos, lotarias, bebidas alcoólicas e casas nocturnas, fazer ainda revisão da pauta aduaneira e das isenções tributária­s, assim como análise à possibilid­ade de “implementa­r uma estrutura judicial focada no tratamento célere de matérias fiscais”.

Também durante este ano, avançam medidas de preparação para aplicação do Imposto sobre o Valor Acrescenta­do (IVA), em 2019.

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JAIMAGENS/FOTÓGRAFO Submissão de obras públicas a concurso de selecção é um dos aspectos a monitoriza­r

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