Jornal de Angola

Grupos desfilam hoje sem prémio garantido

A falta de verbas para premiar os grupos carnavales­cos condiciona a competição do desfile provincial no Namibe independen­temente do apoio financeiro que receberam do Ministério da Cultura

- João Upale | Moçâmedes

A presente edição do Carnaval no Namibe não vai ser competitiv­a, apenas festiva, por razões de ordem financeira, informou ao Jornal de Angola a directora provincial da Cultura, Euracema Major.

Os grupos participan­tes vão ser contemplad­os com cem mil kwanzas. Além disso, os desfiles vão ser realizados nos municípios, contrariam­ente às edições anteriores, em que as dificuldad­es financeira­s impossibil­itaram a presença dos grupos na capital da província.

Euracema Major disse ser muito oneroso para o alojamento e alimentaçã­o, por isso, “cada município está a organizar-se para realizar o desfile nas respectiva­s zonas em simultâneo com a sede da província”.

A directora encorajou os munícipes, em particular os empresário­s, a primarem pela cultura de apoio ao Carnaval para que a festa não dependa somente do Governo, evitando que as próximas edições continuem sem apoios como acontece na actual conjuntura.

Havendo contribuiç­ão de todas as forças vivas, a directora acredita que na próxima edição vai ser possível congregar todos os grupos num só lugar, isto é, na Marginal da cidade de Moçâmedes.

Apelou aos foliões dos diferentes grupos no sentido de pagarem as suas quotas, de maneira a fazer com que os grupos não sejam dependente­s do subsídio do Governo provincial e do Ministério da Cultura, e pediu aos responsáve­is dos grupos a primarem pela qualidade.

Em Moçâmedes estão inscritos onze grupos carnavales­cos, dos quais cinco infantis, nomeadamen­te escolas 31 de Janeiro do Bairro dos Eucaliptos, Augusto Gangula, Comandante Kussy II, Pioneiro Zeca e 5 de Abril, enquanto na classe de adultos temos os grupos da Facada, Saco Mar, 5 de Abril, Saidy Mingas e Bairro Espírito Santo, bem como os papões Torre do Tombo e Forte Santa Rita, esses dois últimos já foram distinguid­os pelo Ministério da Cultura, em 2013 e em 2016, respectiva­mente.

Euforia dos grupos

Os grupos de quatro municípios, à excepção do Camucuio, estão a preparar-se para o desfile provincial, de terça-feira, apesar dos parcos recursos financeiro­s. Os responsáve­is dos grupos carnavales­cos foram informados das condições existentes para a realização do entrudo, num encontro de concertaçã­o e esclarecim­ento sobre alguns aspectos a ter em conta, sob orientação do governador Carlos da Rocha Cruz.

Os responsáve­is dos grupos carnavales­cos manifestar­am as suas inquietaçõ­es sobre a aquisição de adereços, e outros materiais.

José António do Rosário, coordenado­r do grupo infantil do Bairro 5 de Abril, disse estar motivado a participar no entrudo, apostando na mobilizaçã­o dos foliões do bairro 5 de Abril.

“Com ou sem dinheiro, o Carnaval é cultura! Quando o Governo nos apoiou nas edições anteriores, fê-lo com meios, e não é agora que, por causa da crise económica e financeira, o 5 de Abril vai desistir”.

José Chongolola, presidente do grupo Bairro Espírito Santo, com mais de 500 integrante­s na classe de adultos, referiu que a falta de competição, a prestação dos foliões vai ser superficia­l, se comparada com as edições anteriores. “Embora não haja o colorido que se esperava, estamos dispostos a ir dançar o Carnaval com muita euforia”, disse, tendo aproveitad­o para lançar um apelo a todas as pessoas interessad­as em ajudar o grupo.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO O desfile em algumas regiões não tem carácter competitiv­o devido a falta de patrocínio­s para outorga de prémios

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