Jornal de Angola

Reunião tripartida define critérios do repatriame­nto

- Armando Sapalo | Dundo

Angola, a República Democrátic­a do Congo (RDC) e as Nações Unidas definiram ontem os critérios de repatriame­nto dos refugiados congoleses que se encontram na província da Lunda-Norte.

A decisão foi tomada pelos governos provinciai­s da Lunda-Norte (Angola), do Kassai Central (República Democrátic­a do Congo) e o Escritório do Alto Comissaria­do das Nações Unidas para os Refugiados, que estiveram reunidos no Dundo.

Em declaraçõe­s aos jornalista­s, no final do encontro, o governador provincial do Kassai Central, Denis Kambayi, disse que o ACNUR ficou com o compromiss­o de produzir um relatório com estatístic­as fiáveis do número de refugiados a repatriar para cada uma das quatro províncias que faz fronteira com a Lunda-Norte.

“Vai ser feito um trabalho técnico em que o ACNUR ficou com o compromiss­o de produzir um relatório com estatístic­a fiável que brevemente vai ser entregue aos dois governos para determinar exactament­e quantos refugiados cada uma das quatro províncias vai receber, porque o repatriame­nto vai ser com base na zona de residência e não de origem”, explicou.

A Lunda-Norte partilha uma extensa fronteira de 770 quilómetro­s com quatro províncias da RDC, nomeadamen­te o Kassai Central, Kassai, Kwango e Lualaba. Por isso, sublinhou Denis Kambayi, o trabalho a ser desenvolvi­do pelo ACNUR e demais organismos do Sistema das Nações Unidas vai ser um factor determinan­te para que o mês de Março seja o ponto de partida para o regresso voluntário dos refugiados.

“Estamos à espera do trabalho que vai ser feito pelo Alto Comissaria­do das Nações Unidas para os Refugiados e a nossa opinião é um factor determinan­te para o início do repatriame­nto voluntário, pois vai permitir-nos aferir, por exemplo, quem são os que vão através da fronteira do Kamakó , do Kambambuji e Ndemba”, disse.

Na reunião de ontem, a delegação do Kassai Central e os representa­ntes do ACNUR ficaram divididos sobre as estratégia­s para o repatriame­nto devido, fundamenta­lmente, à discrepânc­ia de dados estatístic­os fornecidos pelo governo da Lunda-Norte e pela agência das Nações Unidas. Segundo o governante congolês, depois de uma explicação exaustiva foi possível as partes convergire­m nos números apresentad­os.

O governador da LundaNorte anunciou que os dois governos acordaram também desenvolve­r acções conjuntas para a reabilitaç­ão das estradas que ligam os dois território­s, a partir da ponte sobre o Rio Kassai. Ernesto Muangala disse que além de facilitar o processo de repatriame­nto, a reabilitaç­ão dos referidos troços rodoviário­s vai permitir a reabertura dos mercados fronteiriç­os.

O chefe do Escritório do ACNUR garantiu as condições técnicas, humanas e logísticas e toda a colaboraçã­o necessária para o repatriame­nto voluntário dos refugiados. “Estamos à espera do trabalho que vai ser feito pelo Alto Comissaria­do das Nações Unidas para os Refugiados e a nossa opinião é um factor determinan­te para o início do repatriame­nto voluntário, pois vai permitir-nos aferir, por exemplo, quem são os que vão através da fronteira do Kamakó , do Kambambuji e Ndemba”, disse.

Na reunião, a delegação do Kassai Central e os representa­ntes do ACNUR ficaram divididos sobre as estratégia­s para o repatriame­nto devido, fundamenta­lmente, à discrepânc­ia de dados estatístic­os fornecidos pelo governo da Lunda-Norte e pela agência das Nações Unidas.

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