Maior maternidade do país volta a ter bloco operatório
A unidade dispõe de cinco salas para realizar outras tantas cirurgias por dia em simultâneo e foi reaberto pela ministra da Saúde, em representação do PR
O principal bloco operatório da Maternidade LucréciaPaim,emLuanda, voltou a funcionar ontem, 15 anos depois do encerramento devido à degradação das estruturas. Com uma média de 100 partos por dia, a maternidade ganhou três ambulâncias, duas das quais equipadas para assistência médica durante o transporte de mulheres em estado de gestação. Emocionada, a directora clínica explicou que muitas mulheres perderam a vida por falta de uma ambulância medicalizada.
O principal bloco operatório da Maternidade Lucrécia Paim, em Luanda, inactivo durante 15 anos, devido à degradação das suas estruturas, voltou ontem a funcionar.
Reaberto pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, em representação do Presidente da República, João Lourenço, a unidade dispõe de cinco salas com capacidade para realizar cinco cirurgias por dia em simultâneo.
A ministra da Saúde disse que a reabertura do bloco operatório vai ajudar a prestar um maior e melhor serviço à população, por se tratar da maior unidade especializada de referência do país.
Na ocasião, a ministra da Saúde entregou três ambulâncias, sendo duas medicalizadas que vão ajudar no transporte de parturientes graves para outras unidades hospitalares e equipamentos diversos.
Ao receber os meios, a directora clínica da Maternidade Lucrécia Paim, Manuela Souto Maior, não resistiu à emoção.
A razão da emoção, segundo justificou, deveu-se ao facto de algumas parturientes terem perdido a vida, por não haver antes no hospital uma ambulância medicalizada, para o transporte de mulheres em estado de gestação, com outras patologias, para outras unidades hospitalares.
“Às vezes temos tido pacientes que precisam de efectuar hemodiálise numa unidade especializada e, para o transporte delas, necessitamos de uma ambulância medicalizada”, disse, para acrescentar que, também, recebem pedidos de outras unidades hospitalares que requerem a intervenção da Maternidade Lucrécia Paim, mas por falta deste meio não conseguem transferir a doente.
Manuela Souto Maior disse que antes da reabertura do bloco operatório, a instituição tinha improvisado algumas salas de enfermaria onde efectuavam as intervenções cirúrgicas.
Informou que nas condições anteriores a instituição realizava 30 cirurgias por dia. A directora clínica acredita que com a abertura do principal bloco operatório a unidade hospitalar vai aumentar a capacidade de atendimento diário.
Apesar da reabertura do bloco operatório, Manuela Souto Maior disse que a instituição só conseguirá oferecer um bom serviço às mulheres que ali se deslocarem em busca de soluções para os seus problemas de saúde, se o Ministério de tutela reforçar também os recursos humanos, equipamentos, medicamentos e materiais gastáveis do hospital.
A Maternidade Lucrécia Paim dispõe de 21 anestesistas, 27 instrumentistas e um corpo médico composto por 60 por cento de médicos, cujas idades estão acima dos 50 anos. Informou que, para um melhor funcionamento, a instituição de precisa de pelo menos 100 médicos, 50 anestesistas e 98 instrumentistas.
A instituição só conseguirá oferecer um bom serviço às mulheres, se o Ministério de tutela reforçar também os recursos humanos