Jovens violadas, mortas e atiradas a um tanque
A Polícia Nacional tem conhecimento de alguns crimes ocorridos naquele bairro e prossegue as investigações
Apesar da actuação da Polícia, os crimes continuam a ocorrer sobretudo à Quatro jovens foram violadas, assassinadas e uma delas atirada para um tanque de água, na sexta-feira passada, no bairro Papá Simão, em Viana, um acto alegadamente praticado por delinquentes da zona, soube o Jornalde Angola junto de alguns moradores.
Segundo uma moradora, que falou sob anonimato, com medo de ser identificada, alguns jovens suspeitos de terem cometido estes crimes são residentes da zona, mas ninguém tem a coragem de denunciá-los, para evitar estar expostos ou passar a ser o próximo alvo destes.
“Vivo no bairro Papá Simão, há cinco anos, e nunca tivemos tanto terror como agora, a situação está demais, há insegurança”, conta.
A interlocutora contou que apesar da actuação da Polícia Nacional, os crimes continuam a ser praticados, principalmente no período nocturno, a partir das 22H00, por jovens que aparentam ter entre 18 a 22 anos.
A Polícia Nacional, através do portavoz, Mateus Rodrigues, confirmou ao JornaldeAngola ter conhecimento da ocorrência, naquela zona de Viana, de dois casos de homicídio, antecedido de violação sexual, e um indivíduo suspeito de cometer os crimes estar detido.
Mateus Rodrigues disse que os efectivos da corporação estão a trabalhar para apurar os factos e brevemente dar melhor esclarecimento. Segundo o oficial da Polícia Nacional, o jovem detido é suspeito de ter cometido crime passional, por ser o namorado de uma das vítimas encontrada morta num tanque de água, no bairro Papá Simão.
“Estamos a trabalhar para acharmos os criminosos, com a intenção de travarmos esses crimes, para garantir a segurança e tranquilidade dos cidadãos “, disse Mateus Rodrigues.
A moradora do bairro Papá Simão, 41 anos, contou ao Jornal deAngola que está cansada de viver com medo. "Hoje (ontem) uma das jovens assassinadas e violadas foi enterrada, após ser encontrada dentro de um tanque de água, na sexta-feira passada, próximo da minha casa”.
Ela disse que foi forçada a anular o ano lectivo, por causa do medo de ser abusada sexualmente e morta, argumentando que "dói-me parar com os estudos, já que o objectivo era concluir o segundo ano do curso de Psicologia, no Instituto Superior Técnico de Angola (ISTA).
Inscrita no período de noite, ela chegava à casa depois das 22H00 e por causa da delinquência, esse horário passou a ser um empecilho, pois durante o tempo em que esteve a estudar, já foi assaltada duas vezes e os meliantes levaram o telemóvel e, em algumas situações, teve que recorrer a serviço de segurança que a acompanharam até a sua casa.
“Vivo no bairro Papá Simão, há cinco anos, e nunca sentimos tanto terror como agora, a situação está demais, há insegurança”, conta.
"Segunda-feira foram encontrados os cadáveres de duas jovens violadas e mortas, e os familiares destas vítimas estão revoltados com esta situação e clamam por justiça, o mais breve possível", disse.
Além dos casos de violação e homicídio, no bairro do Papá Simão, há também registos de assaltos à mão armada, tanto na via pública como em residências. Ainda na semana passada a casa de uma prima sua foi vandalizada, por meliantes.
"Os meliantes não deixaram nenhuma peça para contar história, até a banheira de frescos já temperados e o frasco de jindungo levaram, parecia que a casa sofreu uma mudança", contou.
Os moradores adoptaram pelo reforço da segurança das suas residências, com a aquisição de cães ferozes ou instalação de arames farpados. Apesar da falta de iluminação ser também um dos factores para o aumento destes crimes, o bairro dispõe de duas esquadras próximas localizadas nos Contentores e do Santo António.