Presidente Nyusi garante liberdade de imprensa
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, reconheceu em Londres que os direitos humanos são desrespeitados no seu país, a propósito das agressões a jornalistas e comentadores políticos em Moçambique, mas salientou que também existe liberdade de expressão.
“Não quero dizer que Moçambique é um país onde se observam na totalidade os direitos humanos”, começou por admitir, em resposta a uma pergunta no Instituto Real de Relações Internacionais (Chatham House), após uma intervenção sobre o tema “Promoção da paz sustentável, democracia e desenvolvimento inclusivo em Moçambique”.
Porém, Nyusi defendeu que Moçambique possui uma diversidade em termos de comunicação social no país que reflecte uma liberdade de imprensa que outros países não oferecem. “Nós temos muitos lados, muitas televisões, muitos jornais privados que escrevem e fazem tudo”, vincou. Nyusi foi convidado a comentar os casos do jornalista Ericino de Salema, e de José Macuane, participantes do programa “Pontos de Vista”, um espaço de comentário político do canal privado STV, com grande notoriedade em Moçambique.
Ericino de Salema foi raptado no dia 27 de Março à porta do Sindicato Nacional de Jornalistas, no centro de Maputo, e levado para a estrada circular da capital onde foi encontrado por populares com fracturas nas pernas e no braço esquerdo, o mesmo local onde dois anos antes o politólogo José Macuane foi baleado nos pés. O Presidente Filipe Nyusi alegou a dificuldade de esclarecer estes casos com a falta de meios e experiência das forças de segurança em resolver crimes, queixando-se de que este problema também afecta os políticos. O Comité de Emergência para a Protecção das Liberdades exige acção.