CARTAS DOS LEITORES
Girabola em alta
Embora faltem ainda muitas jornadas por disputar e, consequentemente, muitos pontos em jogo a verdade é que o campeonato sénior masculino de futebol, vulgo Girabola, parece começar uma nova fase com o despertar de equipas como o 1º de Agosto. Não há dúvidas de que começam a esboçar-se os ocupantes do lugar cimeiro e eventualmente também os que carregam a lanterna vermelha.
O Grupo Desportivo do Libolo, que lidera o campeonato, parece estar a fazer uma campanha inteiramente segura de si, amealhando pontos dentro e fora de casa, mas acabou estremecido recentemente quando perdeu com a equipa que agora se encontra na segunda posição. Trata-se obviamente do 1º de Agosto, a minha equipa do coração.
Espero que as equipas que se encontram a meio da tabela devem dar o seu máximo, pelo menos para atingirem as competições africanas, além de sonhar com a taça de Angola. O campeonato está ao rubro e espero que as equipas tenham capacidade para seguir em frente com os objectivos que traçaram inicialmente. Serve para a reflexão, o desafio que muitas equipas enfrentam com as chicotadas psicológicas dos seus treinadores e questões financeiras que se levantaram na edição passada, embora sejam uma espécie de "pão de cada dia" do nosso desporto rei. Pelo menos, nesta temporada não há casos de equipas que tenham tentado atirar já a toalha ao tapete, mas como sói dizer-se a procissão vai ainda no adro. Termino esta carta para felicitar as equipas que disputam o nosso Girabola, numa altura em que os ventos desfavoráveis da crise também acabam por afectar as agremiações desportivas. Quicolo
Esquadra polícial
Sou morador de um bairro novo lá para os lados do Cacuaco, mas concretamente na zona denominada Tande, aqui em Luanda, escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para abordar um bocado sobre o policiamento, esquadras móveis e tranquilidade pública. Penso que muitos já escreveram sobre a necessidade de expansão das esquadras móveis sobretudo nos bairros periféricos de Luanda. Não sei qual o critério que o Comando da Polícia Nacional usa para instalar esquadras móveis pelos bairros, mas penso que numerosos bairros novos deviam ter um daqueles dispositivos em cada quarteirão. Há bairros novos que surgem e se expandem a uma velocidade nem sempre acompanhada por serviços de entidades relevantes como a Polícia Nacional cuja tarefa de prover a ordem, segurança e tranquilidade públicas não tem substitutos directos.
É verdade que não temos ainda um rácio agente da polícia por habitante que satisfaça, mas em todo o caso grande parte do papel da Polícia Nacional depende também do que as populações podem fazer. Ao contrário do que muitos defendem, que a polícia deve fazer tudo para assegurar a ordem pública, na verdade, as populações e as pessoas individualmente podem também jogar um papel importante neste aspecto. Entendo que por mais que a Polícia Nacional desempenhe o papel que todos esperamos, não há dúvidas de que a colaboração popular, traduzida na participação regular, rigorosa e atempada, é quase sempre determinante.
Andebol feminino
A modalidade desportiva que mais distinção trouxe para Angola, em termos qualitativos e quantitativos, continua a ser o andebol, particularmente o feminino. Logo, parece óbvio a necessidade de se dedicar particular espaço e apoio a esta modalidade, sem desprimor para as outras, para que as nossas vantagens comparativas sejam preservaradas e continuem a dar prova do nosso empenho e desportivismo. Podemos continuar a fazer prova dessa nossa qualidade ímpar, ao nível do andebol feminino se as estruturas do Estado continuarem a apostar, acompanhadas da participação do sector privado. Afinal, não temos muitas opções quando se trata da competição desportiva ao nível do continente e do mundo, onde as nossas equipas, clubes e selecção nacional, não passam de meros participantes cada vez mais.