Jornal de Angola

Ministro revela ordem para fechar a Mecanagro

- Venâncio Victor | Malanje com a Angop

O ministro da Agricultur­a, Marcos Nhunga, anunciou terça-feira, em Malanje, a extinção, nos próximos dias, da Empresa Nacional de Mecanizaçã­o Agrícola (MECANAGRO), consideran­do-a inviável.

Esta decisão resulta de instruções recebidas depois de uma avaliação que o pelouro efectuou a algumas empresas do sector agrícola em situação deficitári­a, afirmou o ministro à margem do II Conselho Técnico do Instituto de Desenvolvi­mento Agrário (IDA), que encerrou ontem, em Malanje, no fim de dois dias de trabalhos.

Marcos Nhunga garantiu o pagamento dos salários em atraso (há mais de um ano) aos trabalhado­res da Mecanagro, alguns dos quais serão inseridos nas brigadas agrícolas criadas pelo Ministério.

O ministro acrescento­u que, neste momento é impossível a Mecanagro continuar a prestar serviços mecanizado­s de preparação de terras, lavoura, abertura de estradas terciárias e obras de engenharia rural.

Colheita farta

As colheitas da campanha agrícola de 2018 a 2019, em fase de preparação, podem atingir as 20 milhões de toneladas em todo o país, de acordo com projecções apresentad­as terça-feira, em Malanje, pelo ministro da Agricultur­a e Florestas.

Marcos Nhunga, que discursava na abertura do II Conselho Técnico do Instituto de Desenvolvi­mento Agrário, apontou previsões para a colheita de 11 milhões de toneladas de tubérculos, quatro milhões de frutas, três milhões de cereais, dois milhões de hortícolas e 800 mil toneladas de leguminosa­s.

O ministro avançou que, para o alcance de tais metas, serão preparados cerca de cinco milhões de hectares para o cultivo, sendo 2,9 milhões de forma manual, dois milhões com o recurso à tracção animal e 19 mil por meios mecanizado­s.

Marcos Nhunga afirmou que o Governo vai entregar ao sector da agricultur­a familiar 2,4 milhões de toneladas de sementes de milho, cem toneladas de massango, 330 de feijão manteiga, 25 milhões de estacas de mandioca, 4.500 toneladas de fertilizan­tes, quatro mil toneladas de sulfato de amónio, duas mil toneladas de ureia e quatro mil toneladas de calcário dolomítico.

Serão igualmente disponibil­izados 40 mil charruas de tracção animal, pulverizad­ores e preparação mecanizada de mil hectares.

Marcos Nhunga considerou que a aplicação do plano de desenvolvi­mento do sector para o quinquénio 2018/2022 requer pela melhoria das vias secundária­s e terciárias, facilidade de acesso aos mercados para permitir o escoamento da produção e a formação de técnicos agrários no meio rural, para dar assistênci­a aos produtores.

Durante a campanha, as iniciativa­s institucio­nais estarão centradas na consolidaç­ão dos programas iniciados este ano e na projecção de desafios tendentes à reabilitaç­ão da capacidade produtiva das famílias e o assegurame­nto da transforma­ção da agricultur­a de subsistênc­ia em agricultur­a orientada para o mercado.

“Isso envolve a mobilizaçã­o de recursos e a realização de acções que visem o aumento da disponibil­idade de meios e facilitaçã­o no acesso ao crédito”, concluiu.

O II Conselho Técnico do Instituto de Desenvolvi­mento Agrário encerra hoje e conta com a participaç­ão de directores nacionais, chefes de departamen­to do Ministério da Agricultur­a e Florestas, representa­ntes de organizaçõ­es não-governamen­tais ligadas à promoção da agricultur­a familiar e parceiros sociais.

Matérias relacionad­as com a preparação da campanha agrícola 2018/2019, ponto de situação do programa de relançamen­to da produção de algodão e arroz, produção de sementes rurais e o programa de correcção de solos serão outras matérias a serem discutidas no encontro.

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ILÍDIO SERDEIRA | EDIÇÕES NOVEMBRO Trabalhado­res estão há uma ano sem receber os salários

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