Preço do crude já ultrapassa os 80 dólares
O barril de petróleo brent cotou-se ontem a 80 dólares, pela primeira vez desde 2014, com os investidores a temerem uma queda da produção na Venezuela e no Irão, de acordo com informações do mercado de Londres publicadas na imprensa internacional.
O petróleo do mar do Norte, de referência para venda do crude angolano, alcançou os 80 dólares no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres a meio da manhã de ontem, mais 0,98 por cento que no encerramento da sessão anterior.
O petróleo continua em alta devido ao temor dos investidores de uma descida da produção global e à queda do fornecimento no Irão, que enfrenta sanções económicas (depois de Washington se ter retirado do acordo multilateral sobre o programa nuclear) e na Venezuela.
Numa reacção àquelas penalizações económicas impostas por Washington a Teerão, a petrolífera francesa Total anunciou na quartafeira que vai abandonar o projecto iraniano South Pars 11 (SP11), um dos maiores campos de gás do mundo, e explicou que 90 por cento do financiamento procede de entidades norte-americanas.
Também na quarta-feira, a Agência Internacional de Energia (AIE) considerou que os “principais desafios” para o preço do petróleo são as diminuições da produção tanto do Irão, devido à retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear, como da Venezuela, em crise.
“A eventual dupla diminuição da produção do Irão e da Venezuela poderia representar o maior desafio para os produtores, que teriam de evitar a abrupta subida dos preços e compensar as quedas daqueles países. E não só se trata de números de barris, mas de qualidade”, alerta a AIE no relatório mensal, que situa o preço do petróleo brent acima dos 77 dólares.
O organismo referiu que os preços do petróleo já aumentaram 75 por cento desde Junho de 2017 e alertou que este agravamento pode afectar a procura.