RDC tranquiliza Angola sobre controlo do ébola
O director-geral de Migração da República Democrática do Congo no posto fronteiriço do Yema, Pino Makwanza, tranquilizou, na sexta-feira, as autoridades sanitárias angolanas, num encontro, em Cabinda, com o secretário de Estado da Saúde Pública, José Cunha, a quem descreveu as medidas preventivas tomadas pelo governo do Baixo Congo para o combate ao vírus do ébola na região.
José Cunha está, desde sexta-feira, em Cabinda, onde se encontra à frente de uma delegação da Comissão Interministerial do Plano de Resposta às Epidemias, para avaliar o grau de prontidão das fronteiras, no âmbito do Sistema Internacional Sanitário.
O congolês Pino Makwanza declarou que, embora a doença esteja confinada a norte, foram criadas na região do Baixo Congo, situada a sul, todas as condições para o controlo da doença, com a criação de um centro de isolamento e tratamento na localidade de Muanda, que dispõe de quadros preparados e equipamento adequado.
Foram também reforçadas medidas de vigilância epidemiológicas ao longo da fronteira comum, disse o congolês à delegação angolana, em cujo encontro foram traçadas, além de troca de impressões, medidas que visam prevenir o alastramento da doença através da fronteira do Yema, que fica a 18 quilómetros a sul da cidade de Cabinda.
Além da visita ao posto fronteiriço do Yema, a delegação visitou os postos de Lucula-Zenze, Necuto, BeiraNova e Massábi, constatando a prontidão nas fronteiras.
O secretário de Estado da Saúde Pública defendeu que a província de Cabinda deve criar uma “sala de crise” para monitorizar casos suspeitos da doença, um trabalho que deve ser feito em coordenação permanente com os municípios do interior.
“A sala de crise deve ter uma comunicação directa e diária com o Ministério da Saúde, uma vez que estamos diante de um surto epidémico que a OMS considera uma doença de elevado risco e de nível quatro”, alertou o secretário de Estado.
José da Cunha acentuou que a província de Cabinda deve dispor de técnicos de saúde devidamente equipados e treinados para darem uma resposta rápida em caso de suspeita evidente da doença: “Havendo diagnóstico de casos de ébola ou suspeitos, as equipas de técnicos devem estar preparadas para, no local da ocorrência, tomarem medidas convenientes, que são o isolamento e tratamento do doente.”