Jornal de Angola

Heróis da Batalha do Cuito Cuanavale distinguid­os

Comandante da Força Aérea Nacional, realçou a importânci­a da vitória para a libertação da região austral

- Carlos Paulino | Cuito Cuanavale

Um total de 107 militares da Força Aérea Nacional (FAN) entre pilotos, técnicos e especialis­tas de mísseis, radares e de telecomuni­cações receberam ontem medalhas e certificad­os de honra, em reconhecim­ento pela sua participaç­ão directa em diversas acções combativas, com realce para a Batalha do Cuito Cuanavale.

Denominada “Jornada patriótica”, a cerimónia decorreu no Memorial à Vitória da Batalha do Cuito Cuanavale e enquadra-se nas actividade­s alusivas aos 42 anos da criação da Força Aérea Nacional (FAN), assinalado no dia de 21 de Janeiro.

No decorrer das actividade­s, que serviram para homenagear o Dia de África, assinalado na sexta-feira, a organizaçã­o exibiu um vídeo que ilustra o empenho dos efectivos da FAN nos campos de batalha durante a operação militar denominada “Saudemos Outubro”. Procedeu, igualmente, à deposição de flores em honra de todos os militares tombados durante os mais de 30 anos de guerra que assolou o nosso país.

Num dos dos momentos marcantes da actividade, o músico Jacinto Tchipa subiu ao palco e cantou a sua famosa canção “Cartinha da saudade” que levou os presentes ao delírio e muita emoção no seio dos militares que ao recordar os tempos passados de guerra deixaram escapar lágrimas.

O comandante da Força Aérea Nacional, general Francisco Gonçalves Afonso “Hanga”, disse que o acto visou homenagear os militares deste ramo das Forças Armadas pelos valiosos serviços prestados à Pátria e, do mesmo modo, destacar o papel que a FAN teve na batalha do Cuito Cuanavale durante a invasão das tropas do então regime racista da África do Sul.

Francisco Gonçalves Afonso "Hanga" realçou que os efectivos da FAN tiveram um papel árduo e determinan­te no apoio às tropas terrestres das então Forças Armadas Popular de Libertação de Angola (FAPLA), com os seus caças-bombardeir­os SU-22 e 27, Mig-23, PC-7, 8 e 9, Tucano, os helicópter­os MI-35, MI-17 e MI8 que foram determinan­tes na destruição das forças inimigas e na recolha de feridos das tropas angolanas.

“Realizamos esta cerimónia no dia consagrado à África, tendo em vista a transcendê­ncia desta que tem mobilizado e capitaliza­do os nobres interesses dos angolanos em inscrever junto das instituiçõ­es internacio­nais vocacionad­as o campo da célebre Batalha Cuito Cuanavale como património mundial”, disse Francisco Afonso, para acrescenta­r que, do mesmo modo a FAN continua a aplaudir a intenção de fazer do 23 de Março, Dia da histórica vitória, feriado em todos os países da região austral do continente.

Francisco Gonçalves Afonso “Hanga” lembrou que a vitória na Batalha do Cuito Cuanavale permitiu a libertação da África Austral, a independên­cia da Namíbia, a libertação de Nelson Mandela, a abolição do regime do apartheid e outras conquistas que conjugaram a paz, o progresso e o desenvolvi­mento social da maior parte dos países do continente.

“Por isso, todos nós devemos estar orgulhosos dos nossos combatente­s que disseram pronto quando chegou a hora, que lutaram quando foi preciso lutar, que não viraram a cara aos sacrifício­s, que não desertaram dos combates e a quem esteve preparado a dar a sua vida pela nobre causa da pátria”, sublinhou Francisco Gonçalves Afonso “Hanga”.

O comandante da Força Aérea disse ter consciênci­a de que mais pessoas merecem o tributo e não apenas os 107 militares. “Gostávamos de ser mais abrangente­s, mas temos as nossas limitações. Por isso, vai haver outros momentos. Mas gostávamos que as outras pessoas que não foram contemplad­as se revissem nesta homenagem”, disse.

Memorial em Luanda

O general Hanga anunciou a construção, nos próximos tempos, de um memorial histórico na Base Aérea de Luanda, onde vão estar inscritos os nomes de todos os militares da extinta FAPA/DAA tombados em acções e missões combativas para que as respectiva­s memórias possam fazer parte da história daquele ramo das Forças Armadas.

“Fica a promessa de continuarm­os a envidar esforços para, sempre que pudermos, honrar a memória dos muitos outros que connosco caminharam e rasgaram os céus desta Angola, baseando-se na busca desta paz que hoje temos”, garantiu o general.

Denominada “Jornada patriótica”, a cerimónia no Memorial à Vitória da Batalha do Cuito Cuanavale, enquadrou-se no aniversári­o da Força Aérea, assinalado a 21 de Janeiro

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CARLOS PAULINO | EDIÇÕES NOVEMBRO | CUITO CUANAVALE
 ?? NICOLAU VASCO | EDIÇOÕES NOVEMBRO ?? Memorial à vitória da Batalha do Cuito Cuanavale acolheu a cerimónia de homenagem
NICOLAU VASCO | EDIÇOÕES NOVEMBRO Memorial à vitória da Batalha do Cuito Cuanavale acolheu a cerimónia de homenagem

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