Previsão de boas colheitas
Autoridades incrementaram a distribuição de sementes, fertilizantes, meios de produção e assistência técnica aos pequenos agricultores e camponeses no período de preparação, impulsionando a conquista de uma época de fartura durante este ano
Mais de 300.700 toneladas de milho, 62.790 de massambala, 51.120 de massango e 26.214 de feijão serão colhidas durante a campanha agrícola 2017/2018 na província da Huíla, segundo dados fornecidos ao Jornal
de Angola, no Lubango, pelo director da Agricultura, Luthero Campos.
Mais de 300.700 toneladas de milho, 62.790 de massambala, 51.120 de massango e 26.214 de feijão serão colhidas durante a campanha agrícola 2017/2018 na província da Huíla, segundo dados fornecidos ao Jornal de Angola, no Lubango, pelo director da Agricultura Luthero Campos.
Espera-se igualmente a produção de mais de 32.400 toneladas de batata rena, 20.600 de batata-doce, 3.248 de mandioca e 585 de amendoim, acrescentou Luthero Campo, destacando o apoio técnico das Estações de Desenvolvimento Agrário (EDA) na preparação de 603.969 hectares. Para o cultivo do milho e massambala, duas das principais culturas da região da Huíla, foram preparados 336. 757 e 117.938 hectares, respectivamente.
Ao longo da campanha, entre Setembro e Abril, foram distribuídas aos camponeses e pequenos agricultores das localidades do Munhino, Hoque e municípios da Humpata, Chibia, Quipungo, Quilengues, Matala, Gambos, Chicomba, Jamba, Cuvango, Cacula, Caluquembe, Caconda e Chipindo, 290 toneladas de sementes de milho, mais de 454 de fertilizantes, quatro mil charruas e 63 carroças de tracção animal. “Esses apoios permitem-nos antever resultados animadores”, sublinhou.
Na Huíla, a criação de um Instituto de Mecanização Agrícola é levada muito a “sério” pelas autoridades, algo que, no quadro de reestruturação do sector de mecanização, poderá acelerar a abertura das chimpacas (locais para a retenção das águas pluviais), vias de acesso, captações de água, desassoreamento dos leitos dos rios, construção de barragens de aterro, diques e açudes de represas.
Numa comparação com os últimos sete anos, nota-se alguma oscilação nos níveis de produção, entre o “acima do normal”, inundações dos campos agrícolas resultando em baixos rendimentos na campanha de 2009/2010, passando, no ano a seguir, para uma situação considerada como estando “dentro do normal”, caracterizada por um aumento significativo de produtos agro-pecuários quer para a comercialização, quanto para o consumo, afastando o espectro do estado de vulnerabilidade das famílias.
No ano agrícola a seguir, a situação foi caracterizada por um aumento da oferta de produtos e diminuição da procura, com o mercado “inundado”, resultando daí o baixo rendimento das famílias. A seca que afectou toda a região do Sul de Angola entre 2012/2013 deu lugar a uma acentuada queda nos índices de produção e insegurança alimentar para a população.
“Assistimos um baixo rendimento mas, na campanha a seguir, a situação inverteu-se com boas quedas da água, com excepção das zonas de risco”, explicou Luthero Campos, acrescentado que houve “bons índices de produção” nas principais zonas agrícolas, com excepção dos municípios de Quilengues, Humpata, Sul da Cacula e Chibia, bem como nos Gambos.
Esse quadro manteve-se na campanha agrícola de 2014/2015, sendo que, aqui, registou-se algum receio dos produtores em relação à “timidez” das chuvas. As quedas de água, mesmo em períodos curtos, que se seguiram na campanha passada não impediram, contudo, que a população obtivesse um rendimento considerado “bom”, mesmo com o mercado “inundado” de produtos.
Perímetros irrigados
O “boom” que se espera no sector agrícola da Huíla está também ligado ao processo de irrigação de vastas parcelas de terra disponíveis nos diversos perímetros e que foram distribuídos a agricultores individuais e empresas. Na Matala, Leste da Huíla, o perímetro hidroagrícola, com uma superfície de 10 mil hectares foi reabilitado e tem disponíveis agora 6.831 hectares totalmente aptos para a agricultura.
Nesse perímetro foram distribuídos para aproveitamento agrícola, mais de 1.500 hectares divididos em lotes de 2,5 a 25 hectares para 625 produtores, organizados em associações e cooperativas, bem como três empresas que produzem fundamentalmente batata-rena, milho, feijão e hortícolas.
O perímetro irrigado das Gangelas, município da Chibia, há 6.220 hectares, com mais de 358 hectares de áreas aráveis de 38 lotes na primeira fase, 474 na segunda, enquanto a terceira possui 525 hectares de área bruta. Tal como na Chibia, no perímetro irrigado da Humpata a produção está virada fundamentalmente para os citrinos, com um total de 461.706 plantas diversas até o ano de 2016.
Ao longo da campanha, entre Setembro e Abril, foram distribuídas aos camponeses e pequenos agricultores sementes, fertilizantes e instrumentos de trabalho