João Lourenço visita fábrica de aeronaves
O Presidente da República, que em Toulouse visitou também um centro de formação agrícola técnica e profissional, disse que Angola tem terras aráveis e água abundante, mas falta-lhe conhecimento e investimento para tirar o maior proveito
O Presidente da República, João Lourenço, visitou ontem, em Toulouse, a fábrica franco-italiana ATR, onde são montados aviões regionais de até 70 passageiros, no quadro da sua visita de três dias a França. Em Toulouse, o Chefe de Estado visitou ainda um centro de formação agrícola.
A França pode jogar um papel importante no desenvolvimento da agricultura em Angola, admitiu ontem, em Paris, o Presidente João Lourenço, durante a visita que efectuou a uma cooperativa agrícola, a 60 quilómetros de Toulouse.
João Lourenço disse sentir-se impressionado com o nível de organização e desenvolvimento da cooperativa.
O Presidente da República frisou que Angola precisa de atingir lugares cimeiros no domínio da agricultura e isso faz-se com profissionalismo.
Ao realçar o potencial agrícola do país, o Presidente da República disse que Angola tem terras aráveis e água abundante, mas falta conhecimento e investimento. “Hoje a agricultura é algo que se faz com profissionalismo, se sequer tirar o maior proveito. Já não basta ter uma enxada na mão, é preciso muito mais”, referiu.
Em Toulouse, o Presidente da República visitou também um centro de formação agrícola técnico e profissional, que se ocupa de um conjunto de missões para responder aos desafios da segurança alimentar, de desenvolvimento de territórios rurais e de inserção e êxito dos jovens. A formação está virada para as áreas de tecnologia, serviços, produção, gestão de espaços e ambiente e transformação.
O último dia do Presidente da República começou com uma visita a duas empresas do sector da aviação civil, a ATR e a Airbus, durante as quais João Lourenço percorreu demoradamente as instalações.
A ATR é uma empresa que se dedica ao fabrico de aviões para voos regionais que podem voar até 600 quilómetros. Actualmente, a empresa produz dois modelos, o ATR-72, com 70 lugares, e o ATR-50, com 50 lugares. Segundo responsáveis da empresa, o primeiro modelo custa 27 milhões de dólares e o segundo 22 milhões. Total entra na distribuição A petrolífera francesa Total vai entrar na importação e distribuição em Angola de produtos refinados. Uma “joint-venture” foi assinada na segunda-feira, em Paris, pelo presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Carlos Saturnino, e pelo presidente da Total, Patrick Pauyanné, durante um fórum empresarial em que participou o Presidente João Lourenço.
A Total opera num dos mais importantes blocos petrolíferos de Angola, constituindo-se na principal parceira da Sonangol, com exportações equivalentes a 12,63 por cento da total de exportações em 2017.
O presidente do Conselho de Administração da Sonangol considerou a parceria entre as duas petrolíferas muito importante, e sublinhou que a nível da Sonangol Distribuidora e Sonangol Logística “pode ter impacto no redesenhar das estruturas organizacionais, do posicionamento estratégico no mercado para as duas subsidiárias”. Patrick Pauyanné congratulou-se com o impulso que Angola dá à área dos petróleos.
No fórum, em que participaram oitenta empresários franceses, o Presidente da República reconheceu que a crise económica que Angola vive “tem provocado alguns constrangimentos nos pagamentos para o exterior e no pagamento de dívidas internas geradas por serviços prestados ao Estado”.
Para a solução destes pendentes, disse, estão em curso acções concretas, procurando-se assegurar a restauração do clima de confiança e a normalidade nas relações económicas e comerciais.
João Lourenço afirmou que com a recente aprovação do Decreto Presidencial sobre o Regime Jurídico e Fiscal a atribuir à exploração de gás natural, o país conta com o investimento da Total na pesquisa, exploração de campos de gás natural no offshore angolano, para as necessidades domésticas e geração de energia mais barata e mais limpa.
Segundo o Presidente da República, as trocas comerciais entre Angola e a França ascenderam a mais de dez mil milhões de dólares nos últimos cinco anos, “montante que pode ser incrementado consideravelmente, dadas as potencialidades económicas do país”.
O último dia do Presidente começou com visitas a duas empresas do sector da aviação civil, a ATR e a Airbus, durante as quais João Lourenço percorreu demoradamente as instalações