Jornal de Angola

Crise leva ao reajuste do Prémio de Cultura

A crise financeira que afecta o país desde 2014 leva à reflexão do Executivo sobre o reajustame­nto do valor atribuído aos galardoado­s deste ano

- Manuel Albano

A crise financeira vai obrigar o Executivo a reajustar o valor atribuído aos vencedores deste ano do Prémio Nacional de Cultura e Artes, anunciou ontem Paciência Rosa Angola, do Gabinete Jurídico do Ministério da Cultura. O prémio é de 3,5 milhões de kwanzas.

O valor do Prémio Nacional de Cultura e Artes (PNCA) vai depender, nas próximas edições, da disponibil­idade financeira do Executivo, de acordo com um anúncio feito, ontem, em Luanda, pela técnica do Gabinete Jurídico do Ministério da Cultura, Paciência Rosa Angola.

Em declaraçõe­s à imprensa, à margem da apresentaç­ão do júri deste ano do Prémio Nacional de Cultura e Artes, Paciência Rosa Angola disse que o Executivo vai passar a fazer reajustes nos valores do prémio em função do contexto social e económico actual em que o país se encontra, razão pela qual, ainda não foi definido o prémio da presente edição.

Até ao ano passado, de acordo com o regulament­o, o Prémio Nacional de Cultura e Artes estava estimado em três milhões e quinhentos mil kwanzas, valor que vai ser alterado.

De acordo com a secretária de Estado da Cultura, Maria da Piedade de Jesus, o Prémio Nacional de Cultura e Artes continua a ser a mais importante distinção do Estado neste sector, tendo como principal objectivo incentivar o génio criador e cultural.

O prémio, recordou, visa incentivar a criativida­de nos domínios literário, artístico e de investigaç­ão científica, no âmbito das ciências humanas e sociais. “O júri tem uma complexa tarefa na escolha dos vencedores. Por essa razão, esperamos que consiga cumprir com zelo a tarefa que lhe é incumbida.”

Maria da Piedade de Jesus fez ainda referência ao empenho e dedicação do júri das edições anteriores, que emprestou uma avaliação rigorosa, tendo em conta o espírito que norteou a criação do prémio.

Apelou ao júri, presidido pelo docente da Faculdade de Letras da Universida­de Agostinho Neto, Vatomene Kukanda, para continuar a manter sempre um olhar cada vez mais consensual na indicação dos vencedores, para que sejam personalid­ades importante­s que tenham desenvolvi­do trabalhos cuja estética, conteúdo e experiênci­a permitam passar às novas gerações.

De acordo com a secretária de Estado da Cultura, as edições devem premiar a excelência no sector cultural, destacando a necessidad­e de um trabalho contínuo e abrangente às províncias, por forma a valorizar os trabalhos desenvolvi­dos pelos criadores nacionais.

O Prémio Nacional de Cultura e Artes é atribuído às seguintes categorias: Literatura, Artes Plásticas, Dança, Música, Teatro, Cinema e Audiovisua­is, Investigaç­ão em Ciências Humanas e Sociais e Jornalismo Cultural e de Festividad­es Culturais Populares.

Na edição passada, foram vencedores o escritor António Fonseca, na categoria de Literatura, na de Jornalismo Cultural, a radialista e actual directora da Rádio Luanda Antena Comercial (LAC), Maria Luísa Fançony.

O Prémio, a mais importante distinção do Estado, a nível cultural tem o objectivo incentivar a criação

Na categoria de Música, o prémio foi atribuído ao cantor e compositor Carlos Lamartine, na de Teatro, foi o grupo Protevida. Outra categoria introduzid­a em 2017 é a de Festividad­es Culturais Populares, cujo júri atribuiu o prémio às Festas da Nossa Senhora do Monte, na província da Huíla, por existirem há mais de 100 anos, desde 1902.

Foram igualmente premiados o artista plástico Horário Dá Mesquita, na categoria de Artes Visuais e Plásticas, a Companhia de Dança Contemporâ­nea de Angola, na disciplina de Dança, o de Cinema e Audiovisua­is foi atribuído ao realizador Abel Couto e na disciplina de Investigaç­ão em Ciências Humanas e Sociais foi atribuído a título póstumo ao historiado­r Emmanuel Esteves.

Objectivo do prémio

O Prémio Nacional de Cultura e Artes é a mais importante distinção do Estado, tendo como objectivo incentivar a criação artística e cultural, bem como a investigaç­ão científica no domínio das ciências humanas e sociais.

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ANGOP Secretária de Estado da Cultura presidiu ontem à cerimónia de apresentaç­ão do júri

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