Famílias querem reforço no abastecimento de água
O sistema de captação, tratamento e distribuição da sede municipal do Cuango tem equipamentos obsoletos, que impedem o bombeamento de grandes quantidades
A população da sede municipal do Cuango e arredores quer ver solucionado, o mais rápido possível, o problema da falta de abastecimento de água potável, com vista à melhoria da qualidade de vida das famílias.
Em declarações ao Jornal de Angola, Carlos Camoxi, estudante universitário na Escola Superior Politécnica do Cuango, disse estar preocupado com os atrasos que ainda se verificam na implementação de acções de impacto social, sobretudo nos sectores vitais, como é o caso da água potável.
“Estamos preocupados, porque há muitos atrasos na implementação de acções de impacto social, sobretudo naqueles sectores considerados vitais como é o caso da água potável, porque aqui no Cuango as populações estão a enfrentar muitas dificuldades para terem acesso à água”, disse.
Carlos Camoxi referiu que já passaram dois anos desde que a Administração Municipal do Cuango informou a população sobre a existência de um projecto de reabilitação, modernização e aumento da capacidade de produção do sistema de captação, tratamento e distribuição de água potável na sede do Cuango.
Apesar de reconhecer as dificuldades financeiras que o país está a enfrentar, Carlos Camoxi defendeu a necessidade de as autoridades locais prestarem um esclarecimento à população sobre os motivos que estão a inviabilizar a prossecução do projecto do novo sistema de captação, tratamento e distribuição de água à sede municipal do Cuango.
“Muitas vezes a falta de informação gera especulação, por isso, pedimos que a Administração Municipal esclareça a população, sobre o que está a inviabilizar a prossecução desse projecto, que há muito foi anunciado”, referiu. A população tem o direito de ser informada sobre o andamento dos programas em curso no município, acrescentou.
Para Carlos Camoxi, o Governo deve imprimir maior dinamismo na resolução dos principais problemas sociais que afligem a população, com a implementação de serviços essenciais básicos nas zonas de maior concentração.
Por seu turno, Suzana Dende, residente no bairro Luzamba, afirmou que não tem sido fácil a vida das populações da sede municipal, com a falta de abastecimento de água potável.
Suzana Dende disse que todos os dias mulheres e crianças percorrem longas distâncias à procura de água em rios. “Corremos o risco de contrair doenças, porque todos os dias consumimos água do rio Cuango, pelo que pedimos às entidades de direito que resolvam, com urgência, esta situação”, apelou.
Projecto da nova captação
Contactado pelo Jornal de Angola, o director municipal de Gestão Urbanística e Cadastro do Cuango, Sérgio Calala, disse que, com o objectivo de reduzir a carência de água potável, está projectada a reabilitação e aumento da capacidade de produção do sistema de captação, que actualmente atinge metade de 264 metros cúbicos por dia.
O responsável disse que o arranque das obras de reabilitação e reforço da capacidade de produção do sistema de distribuição de água da sede municipal do Cuango está a depender da disponibilização de recursos financeiros.
“Sabemos que a população está a enfrentar muitas dificuldades para conseguir água, mas queremos tranquilizar que existe de facto um projecto para a reabilitação do sistema de captação de água a partir do Cuango, mas tudo está a depender da disponibilização de recursos financeiros”, garantiu.
Actualmente, o sistema de captação funciona com muitas dificuldades, devido ao estado obsoleto dos seus equipamentos, o que limita o programa de distribuição para apenas os bairros mais próximos da infra-estrutura.
Sérgio Calala explicou que o sistema já não tem capacidade para bombear água para os bairros mais distantes e debate-se também com a escassez de combustível para assegurar o seu funcionamento diário.
O programa de distribuição, acrescentou, varia entre um a dois dias por semana. Logo que sejam removidos os constrangimentos financeiros, a população do Cuango vai ver as suas dificuldades minimizadas.
Os responsáveis do Gabinete Provincial dos Serviços Técnicos e Infra-estrutura do Governo da Lunda Norte, em coordenação com as autoridades locais, estão a desenvolver acções que vão permitir a definição da dimensão do novo sistema de captação de água do Cuango, de acordo com o número de habitantes.
O director municipal de Gestão Urbanística e Cadastro declarou que, com o alargamento e consequente expansão da rede de distribuição de água potável em todas as zonas mais habitadas da sede municipal do Cuango, vão estar criadas as bases para evitar o surgimento de doenças provocadas pelo consumo de água dos rios. O município do Mungo deve colher este ano 147 mil toneladas de milho e outos cereais, informou ontem o director provincial da Agricultura e Florestas.
Carlos Abrantes, que falava durante o acto que marcou o início da campanha de colheitas na província do Huambo, disse que a regularidade das chuvas, ao longo da época agrícola, e a entrega atempada de equipamentos estão na base do aumento da produção do milho e de outras culturas.
De acordo com o director provincial da Agricultura e Florestas, as famílias camponesas estão satisfeitas com os resultados do programa de aplicação de calcário, para a correcção dos solos, o que está a permitir o aumento da produção do milho e de outras culturas na região.
Também contribuiu para o êxito da campanha agrícola a disponibilidade atempada de fertilizantes no mercado local, num total de mais de cinco mil toneladas, o que facilitou o alargamento dos campos de cultivo. “Tivemos o programa de correcção de solos, que foi aberto no Catchiungo e prosseguiu nos municípios do Mungo, Caála, Cuima e Bailundo”, disse Carlos Abrantes, acrescentando que o Governo continua a criar condições para o melhoramento das vias secundárias e terciárias, para evitar que os produtos se estraguem nos campos de cultivo.
Mais de 210 mil famílias camponesas foram envolvidas na primeira fase da campanha agrícola, das quais 83 mil tiveram apoio directo com “inputs” e assistência técnica, sobretudo aquelas que estão ligadas às escolas de campo.
“Precisamos de organizar o sistema comercial, para podermos fazer a extracção dos bens que existem no meio rural”, afirmou, acrescentando que o Governo está a trabalhar, em colaboração com a direcção do Comércio, para encontrar agentes económicos que possam ajudar a escoar os produtos agrícolas.
Gabinete dos Serviços Técnicos e Infra-estruturas desenvolve acções que vão permitir a definição da dimensão do novo sistema de captação de água, de acordo com o número de habitantes