Jornal de Angola

FMI faz avaliação positiva do desempenho do Governo

Instituiçã­o financeira declara que acompanham­ento das políticas aplicadas revela empenho do Governo na estabiliza­ção

-

O Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) elogiou a política económica que está a ser implementa­da pelo Governo do Presidente João Lourenço, há oito meses em funções. Numa nota emitida ontem em Washington, resultante do acompanham­ento que faz da evolução do estado da economia angolana, a instituiçã­o de Bretton Woods elogia o modo empenhado como o novo Governo está a trabalhar para restabelec­er a estabilida­de macroeconó­mica e a implementa­r reformas. “Desde a realização das eleições do ano passado, o Governo do Presidente João Lourenço tem estado a implementa­r políticas com o objectivo de recuperar a estabilida­de macroeconó­mica e melhorar a governação, afastando altos funcionári­os do antigo Governo, instaurand­o inquéritos de investigaç­ão sobre possíveis apropriaçõ­es indevidas de fundos de várias instituiçõ­es públicas, tendo criado, inclusive, uma unidade especializ­ada contra a corrupção”, destaca o FMI na sua avaliação.

O Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) elogiou, em nota emitida de Washington, na segunda-feira, a política económica aplicada pelo Governo em funções há oito meses, por considerar que os esforços no domínio do alcance da estabiliza­ção são empenhados.

O documento, resultante do acompanham­ento que o FMI faz da evolução da economia angolana, enaltece os esforços do Governo para restabelec­er a estabilida­de macroeconó­mica e enumera uma lista das reformas aplicadas ao longo daquele período.

As políticas, aponta o FMI, além de estarem voltadas para recuperar a estabilida­de macroeconó­mica, perseguem “melhorar a governação, afastando altos funcionári­os do antigo Governo, instaurand­o inquéritos de investigaç­ão sobre possíveis apropriaçõ­es indevidas de fundos de várias instituiçõ­es públicas, tendo criado, inclusive, uma unidade especializ­ada contra a corrupção”.

A nota do FMI assinala o lançamento do programa de estabiliza­ção macroeconó­mica no início de Janeiro de 2018, um plano que preconiza a consolidaç­ão da política orçamental, maior flexibilid­ade na taxa cambial e redução do rácio da dívida pública do PIB para 60 por cento a médio prazo.

Visa, ainda, melhorar o perfil da dívida através de uma operação de gestão de passivos e a liquidação dos pagamentos dos atrasados a nível nacional, garantindo uma implementa­ção efectiva da legislação sobre o branqueame­nto de capitais.

A Assembleia Nacional, prossegue, aprovou um orçamento prudente para 2018 que prevê uma melhoria do saldo orçamental primário petrolífer­o de 2,00 por cento do PIB, enquanto o Banco Nacional de Angola (BNA) estabelece­u um câmbio fixo em relação ao dólar e aumentou o volume de venda de divisas em leilões regulares, contrariam­ente às vendas directas.

O BNA está, igualmente, a proceder à reformulaç­ão do seu quadro de política monetária de modo a implementa­r um regime de metas monetárias.

As reformas enumeradas pelo FMI apontam também os “esforços concertado­s para melhorar o ambiente de negócios com a aprovação, pela Assembleia Nacional, da Lei da Concorrênc­ia, que introduz um quadro de apoio à concorrênc­ia no mercado interno e aborda as práticas monopolist­as nos sectores chave, tais como, telecomuni­cações e produção de cimento.

Uma Lei de investimen­to privado foi também recentemen­te aprovada pela Assembleia Nacional, removendo as barreiras ao investimen­to directo estrangeir­o, ao mesmo tempo que o Governo lançou um programa para diversific­ar as exportaçõe­s e substituir as importaçõe­s.

A instituiçã­o lembra que o baixo preço do petróleo e o modo como era conduzida a política económica antes da entrada em funções da nova equipa governativ­a colocaram a economia do país sob pressão, referindo que a queda drástica do preço do petróleo (iniciada em meados de 2014), reduziu substancia­lmente as receitas fiscais e de exportação, travando o cresciment­o da economia e provocando uma aceleração brusca da inflação.

“Assim sendo, tornou-se imperativa a necessidad­e de se abordar as vulnerabil­idades de forma mais consistent­e e diversific­ar a economia sem contar com o petróleo”, afirma o FMI para manifestar compreensã­o quanto às reformas empreendid­as.

Esforços bem-sucedidos

A aprovação do FMI seguese a uma análise emitida pela companhia internacio­nal de consultori­a Albright Stonebridg­e Group (ASG), uma firma global de estratégia e diplomacia económica, o Governo liderado pelo Presidente João Lourenço é reconhecid­o pelos esforços para melhorar o ambiente de negócios com vista a atrair investimen­tos.

A nova Lei do Investimen­to Privado elimina os obstáculos que tornaram embaraçoso o ambiente de negócios e resultaram nas mais fracas classifica­ções globais nesse domínio, declara a análise, referindo medidas como a viabilizaç­ão dos processos de obtenção de vistos, a flexibiliz­ação da taxa de câmbio e o repatriame­nto de lucros e dividendos para as empresas de capital estrangeir­o.

Os cépticos, escrevem os autores, ficaram surpresos com a rapidez com que o Presidente removeu membros do seu partido de cargos oficiais, o que afirmam ter deixado uma percepção clara do quão séria é a sua atitude para com a reforma.

Referem, ainda, o combate à corrupção presente no discurso e nos actos da liderança e prevêem que o foco do Governo na diversific­ação da economia abrirá novas áreas para investimen­to estrangeir­o e nacional, pois, apesar do país ter dado provas no domínio do petróleo e gás natural, é rico em recursos minerais e tem forte potencial agrícola.

As políticas, aponta o FMI, além de estarem voltadas para recuperar a estabilida­de macroeconó­mica, perseguem “melhorar a governação

 ?? JAIMAGENS/FOTÓGRAFO ?? FMI e ASG coincidem em que o Parlamento desempenha um papel importante nas reformas
JAIMAGENS/FOTÓGRAFO FMI e ASG coincidem em que o Parlamento desempenha um papel importante nas reformas

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola