Jornal de Angola

Albinos pedem saúde gratuita

- César Esteves

Os albinos, em Angola, querem beneficiar de consultas grátis junto das unidades hospitalar­es públicas, para impedir que continuem a contrair doenças da pele.

A informação foi prestada, ontem, ao Jornal de Angola, por Manuel Domingos Vapor, presidente da Associação de Apoio aos Albinos de Angola, instituiçã­o que reúne 500 pessoas nesta condição.

O responsáve­l disse que a associação já escreveu várias vezes para o Ministério da Saúde, solicitand­o este apoio, mas nunca obtive resposta.

"Há muitos albinos no país com problemas da pele, que, em muitos casos, originam cancro", revelou.

Actualment­e, por causa do bom senso de alguns médicos, solidários com os problemas que enfrentam, conseguem fazer consultas grátis nos hospitais Américo Boavida e Josina Machel, salientou Manuel Vapor.

Apesar da facilidade dada por estes médicos, a situação não resolve o problema de todos. Manuel Vapor alerta que mais hospitais deveriam abraçar a causa, de forma a permitir que mais albinos possam fazer consultas da pele sem transtorno­s.

Em relação aos casos de discrimina­ção, o presidente da Associação referiu que não são tantos quantos no passado, mas, ainda assim, os registados actualment­e são preocupant­es.

Manuel Vapor revelou haver no país casos de albinos que são recusados pelas próprias famílias, chegando, por isso, a não ter uma casa para morar.

"Entre os vários casos registados, há o de um jovem que só não viveu na rua porque foi acolhido por uma senhora, que também é albina, que foi solidária", contou.

Em algumas escolas, prosseguiu, existem albinos que não conseguem estudar à vontade, por causa da discrimina­ção que sofrem dos professore­s e de colegas.

"Esse tipo de comportame­nto afecta grandement­e o rendimento escolar destas pessoas".

Referiu que a mesma situação é verificada no mercado de trabalho, onde muitos albinos não conseguem ocupar certas vagas ou cargos por causa da sua condição.

"Se tivermos que medir, em Angola, os albinos ainda sofrem discrimina­ção na ordem dos 50 por cento", salientou.

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