PERISCÓPIO Escuridão e crime
O ministro do Interior, em entrevista à Rádio Nacional de Angola, parte dela transcrita no JA de ontem, lembrou que a falta de iluminação pública é uma das causas da criminalidade. Ora Luanda, neste aspecto, é o que sabemos.
Ângelo da Veiga Tavares disse que o combate ao crime violento passa por melhorar “as estruturas das cidades, fundamentalmente a iluminação pública”.
O manto de escuridão que, mal o sol se recolhe, cobre praticamente a capital de uma ponta à outra, é dos principais aliados dos criminosos, que entre nós, revelam os números, se sentem, cada vez mais, “como peixe na água”.
As trevas das noites de Luanda, que acicatam violadores, assassinos, assaltantes, em suma, toda a espécie de criminosos, têm ajudas de que estes se servem. Como são os casos de prédios abandonados, dos amontoados de casebres desalinhados, com becos, cujas saídas apenas eles conhecem e nos quais a polícia não ousa entrar, ramos de árvores por podar, que os convidam a esconderem-se.
O combate à criminalidade em Luanda, sublinhe-se, é tarefa complicada. Não passa somente por aumentar a quantidade de polícias nos bairros. Por isso, o Governo tem entre as prioridades a melhoria das estruturas das cidades. O que também, convenhamos, não é fácil. Porque reconstruir é sempre mais difícil do que construir.
Uma coisa é certa, a iluminação pública, que não é nenhum “bicho de sete cabeças”, tornava Luanda mais segura. Tal como o fim dos prédios devolutos e a poda das árvores.