Príncipe William visita Estado da Palestina
O príncipe William prescindiu, na quarta-feira, da habitual linguagem diplomática oficial ao qualificar de “país” os territórios palestinianos ocupados, na sequência de um encontro em Ramallah com o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas.
Após ser recebido, em Jerusalém, pelo primeiroministro israelita Benjamin Netanyahu, o duque de Cambridge prosseguiu na Cisjordânia, ocupada por Israel, a primeira visita oficial de um membro da família real britânica a Israel, e aos territórios palestinianos.
As suas primeiras palavras dirigidas ao Presidente da Autoridade Palestiniana destoaram do discurso habitualmente utilizado pelos diplomatas ocidentais confrontados com as complexidades linguísticas do conflito israelo-palestiniano.
“Obrigado por me receberem, estou muito feliz por uma colaboração tão estreita entre os dois países, e os sucessos registados nos sectores da educação e humanitário”, disse num discurso de improviso. Na generalidade, os diplomatas ocidentais abstêm-se de se referir aos territórios palestinianos como um Estado ou um país.
A Assembleia-Geral das Nações Unidas concedeu em 2012 à Palestina o estatuto de Estado observador não-membro, apesar da recusa das autoridades de Israel que fizeram duras críticas à decisão. Os territórios palestinianos devem integrar o eventual e futuro Estado independente pretendido pelos palestinianos.
No seu encontro com o duque de Cambridge, Abbas reafirmou a determinação dos palestinianos em “obter a paz com Israel”. O príncipe prosseguiu a sua visita para assistir a um espectáculo de dança e de cantos tradicionais palestinianos. De seguida reuniu-se com o presidente do município de Ramallah, Moussa Hadeel, que lhe ofereceu um anel em que estão gravados os nomes das povoações palestinianas anteriores a 1948, a data da criação de Israel.