Jornal de Angola

Cultura investiga despejo em museu

- DR

O director jurídico do Ministério da Cultura, Aguinaldo Cristóvão, está desde ontem em Benguela para apurar o acto judicial que culminou no despejo de um edifício classifica­do como património histórico nacional.

do Gabinete Jurídico do Ministério da Cultura, Aguinaldo Cristóvão, está desde ontem em Benguela, para apurar a decisão do Tribunal Provincial que efectuou, quarta-feira, uma providênci­a cautelar, que culminou com o despejo dos serviços administra­tivos do Museu Nacional de Arqueologi­a.

Orientado pela ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, o director do Gabinete Jurídico vai proceder ao levantamen­to da situação que envolve o litígio, e, posteriorm­ente, apresentar um comunicado público aos órgãos de comunicaçã­o social, em Benguela.

O despejo no edifício da ex-Companhia do Açúcar de Angola deve-se a um litígio com uma suposta proprietár­ia. Embora o edifício tenha sido classifica­do Património Histórico-Cultural, expresso em Diário da República, Série nº 203, de 28 de Agosto de 1981, o mesmo está a ser alvo de disputa entre uma cidadã angolana e o Governo da Província de Benguela, actual proprietár­io do edifício.

Com cerca de nove 9150 peças, entre líticos, cerâmica, ossos e macutas, o Museu Nacional de Arqueologi­a ocupa duas zonas: a parte administra­tiva (de madeira), que corre em litígio, e a zona que alberga parte do acervo que foi antigament­e um entreposto de escravos, antes de serem transporta­dos para a América em navios negreiros. Ocupa um perímetro de oito mil metros quadrados, cuja construção é feita de blocos de pedra calcária. Possui portões e gradeament­os de ferro maciço. Este espaço, conhecido também como Alfândega de Benguela, está directamen­te ligado à história e ao processo de desenvolvi­mento da cidade.

Os benguelens­es estão agastados com a suposta venda do edifício construído entre finais dos séculos XVIII e início do XIX, onde, desde 1979, funciona os serviços administra­tivos do Museu Nacional de Arqueologi­a de Benguela.

A decisão de despejo do Tribunal de Benguela resulta de uma sentença a favor de uma cidadã que, alegadamen­te, comprou o edifício, conhecido como “Palácio de madeira e ferro”. O résde-chão era ocupado pelo Núcleo de Jovens Pintores de Benguela.

A notificaçã­o prévia do Tribunal foi apresentad­a apenas aos membros do Núcleo de Jovens Pintores de Benguela.

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SAMPAIO JÚNIOR | EDIÇÕES NOVEMBRO Monumento histórico em litígio na cidade de Benguela

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