Presidente Bouteflika demite chefe da Polícia
O Presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, demitiu o chefe da Polícia, general Abdelghani Hamel, anunciou a Presidência da República argelina sem fornecer os motivos desta medida, dirigida contra um homem considerado como seu potencial sucessor na liderança do Estado.
Bouteflika “assinou dois decretos, o primeiro pondo termo às funções de Abdelghani Hamel, enquanto director-geral da Segurança Nacional (DGSN), e o segundo sobre a nomeação de Mustapha el-Habiri para a chefia da DGSN”, indicou a Presidência num comunicado citado pela agência noticiosa APS.
Esta inesperada decisão surge no contexto de um escândalo de tráfico de cocaína que envolve numerosos funcionários, incluindo magistrados. Os jornais referiram-se ao envolvimento neste caso do “motorista pessoal” de Abdelghani Hamel.
A DGNS desmentiu esta informação precisando, num comunicado, que a pessoa referida pela imprensa é “um motorista do parque automóvel da direcção e não o motorista pessoal do director-geral da Segurança Nacional.”
A Polícia reforçou a sua influência no aparelho de Estado após a designação para chefia em 2010 do general Hamel, considerado pelos analistas como um potencial sucessor de Bouteflika, de 81 anos e no poder desde 1999. Natural de Sabra, perto da fronteira marroquina, com 63 anos de idade, este engenheiro informático foi incorporado na Polícia após concluir os seus estudos. Ocupou diversas funções antes de ser designado chefe da guarda republicana em 2008, com a patente de general. Em 2010, deixou o meio militar e foi designado para a chefia da DGSN, até então a cargo de Ali Tounsi, morto por um dos seus colaboradores.